P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 
 

Os laterais esquerdos são das espécies mais raras do mundo do futebol. E se a realidade portuguesa é um bom exemplo, a ver é que este é um fenómeno à escala europeia. Um pouco por todo o lado sente-se dificuldade em encontrar soluções viáveis em quantidade e em qualidade, mas o Valencia tem passado ao lado deste contexto.

 

No espaço de dois anos o emblema espanhol arrecadou 24 milhões de euros com a venda de dois laterais esquerdos (Jordi Alba, agora no Barcelona, e Juan Bernat, vendido ao Bayern), e mais uma vez não precisou de olhar muito além para encontrar o substituto.

 

O rendimento de José Luis Gayá veio confirmar que em Paterna está a melhor fábrica de laterais esquerdos da Europa. Se Alba e Bernat discutem a titularidade na seleção principal espanhola, Gayá vai para já conquistando o seu espaço nos sub-21, uma vez que tem apenas 19 anos, mas vai assumir

 

É verdade que o orgulho de Pedreguer era avançado quando chegou ao Valencia, com apenas 11 anos, mas o recuo para lateral esquerdo tem de ser visto como um passo normal na formação, por ter sido consumado ainda nos escalões jovens.

 

Gayá estreou-se na equipa principal do emblema «che» com apenas 17 anos, em outubro de 2012. Nessa altura Bernat estava a assumir a titularidade, após a saída de Alba para o Barcelona, e agora, dois anos depois, é Gayá a herdar o posto de Bernat, transferido para o Bayern Munique.

 

José Luis não partilha só as origens e a primeira letra do nome com Jordi Alba e Juan Bernat. O molde parece o mesmo: energia inesgotável, rigor defensivo e disponibilidade ofensiva, não só para transformar o corredor em auto-estrada, mas também para contribuir para uma circulação de bola segura e dominadora.

 

É o modelo J3 do Valencia, imprescindível para Nuno Espírito Santo na equipa-sensação da Liga espanhola.