P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

O passado dia 8 de abril assinalou a estreia de Sergio Gómez na Bundesliga, aos 17 anos e sete meses. Apenas 68 dias depois de ter assinado contrato com o Borussia Dortmund, o jovem médio teve a primeira oportunidade na equipa principal, diante do Estugarda.

Embora seja uma das maiores promessas do futebol espanhol, Sergio Goméz foi contratado por apenas três milhões de euros, o valor da cláusula de rescisão existente no vínculo que o ligava ao Barcelona até 2019.

Em entrevista recente à Cadena Ser garantiu que não deixou a Catalunha por dinheiro, mas sim pelo projeto desportivo que o Dortmund apresentou.

«No Barcelona tens de conquistar títulos, seja como for, e por isso são feitas muitas contratações. Os jogadores da casa estão a sair. Mesmo o Barcelona B tem feito muitas contratações, nos últimos anos, e por isso não há muitas oportunidades para quem é da casa», apontou.

Sergio Gómez foi sondando por alguns dos principais emblemas europeus nos últimos meses, mas decidiu evoluir na escola alemã, seguindo o exemplo recente de jogadores como Jesús Vallejo (esteve emprestado pelo Real Madrid ao Eintracht Frankfurt), Jorge Meré (Colónia) ou mesmo Mikel Merino, que o Dortmund contratou ao Osasuna com 20 anos (está agora no Newcastle).

O esquerdino começou a jogar no Trajana-Sant Just e fez depois uma época no Badalona e três no Espanhol antes de ser recrutado pelo Barcelona, em 2010, pouco antes do 10º aniversário. Poucas semanas antes de sair da formação «blaugrana» tinha feito a estreia pela equipa B.

Sergio Gómez contribuiu com três golos para o título europeu de sub-17 que a Espanha conquistou em maio de 2017, e cinco meses depois somou quatro golos e duas assistências no Mundial da categoria. O camisola 10 da «Rojita» bisou mesmo na final, perdida para a Inglaterra, e foi designado o segundo melhor jogador do torneio (Bola de Prata).

Faz lembrar outro Sergio, Canales, um talento travado pelas lesões. Gómez pode jogar como «10» ou a partir de uma ala. Tem aquela magia que parece estar reservada para os canhotos, e que mesmo assim não é para todos. Pode passar ao lado de um jogo quase por inteiro, e de repente inventar algo que muda todo o filme. É na forma como se envolve no jogo sem bola que mais pode evoluir, mas o contacto com o rigor germânico pode ajudar muito nesse sentido.