[artigo publicado originalmente na edição 753 da MF Total, a 17 de março]

P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos.

Um dos guarda-redes mais promissores da sua geração, Mile Svilar já nasceu com as luvas calçadas, ou não fosse filho de Ratko Svilar, antigo internacional jugoslavo que participou no Mundial de 1982 e que defendeu a baliza do Antuérpia durante dezasseis anos.

Ratko tinha já 46 anos quando pendurou as luvas, mas Mile só nasceu quatro anos depois, e por isso apenas viu o pai como treinador. No Putte SK e no Antuérpia, onde tanto foi técnico principal como adjunto.

«Ele tem muito mais talento do que eu. Dava cinco anos da minha vida para vê-lo tornar-se o melhor do mundo», disse Ratko em 2014, numa conferência de imprensa em que o Anderlecht juntou pai e filho.

Nascido na Bélgica, Mile Svilar foi recrutado pelo Anderlecht e aos 15 anos já brilhava na Youth League, prova em que disputou as meias-finais tanto em 2015 como depois em 2016.

Chegou a treinar no Chelsea e foi sondado por Arsenal e Manchester United, mas o pai decidiu que o melhor era continuar no Anderlecht. E apesar dos apelos da Sérvia, a família decidiu também que Mile representaria as seleções jovens da Bélgica (pelo menos para já).

Foi como «diabo» que se cruzou com Portugal, na fase de grupos do último Campeonato da Europa de sub-17.  Mile Svilar foi não só a figura desse encontro, que terminou empatado a zero, como uma das figuras da prova (que Portugal venceu), com apenas dois golos sofridos, ainda que a Bélgica tenha ficado pelos quartos de final.

Mile Svilar ainda aguarda pela estreia na equipa principal do Anderlecht, mas o percurso na formação, tanto no clube como na seleção, tem sido extremamente promissor.

Frequentemente comparado ao compatriota Thibaut Courtois, Mile faz questão de dizer que tem um estilo diferente, assume que sai mais da linha de baliza. E embora fale de Manuel Neuer como o nº1 atual, o ídolo que acompanhou a adolescência foi Iker Casillas, de quem chegou a receber uma camisola e um par de luvas autografadas. 

Ágil e elegante na forma como voa na baliza, felino na forma como sai aos pés dos adversários, Mile Svilar é um nome a ter em conta nos próximos anos.