P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

O golo que deu a Portugal a oitava vitória no Torneio de la Manga é um bom pretexto para destacar Miguel Luís, o seu autor.

E vale a pena começar precisamente por aí. Pelo golo à Noruega, na última jornada do torneio espanhol.

Miguel Luís é filho de Nuno Luís, antigo lateral ligado sobretudo à Académica, mas que também representou Campomaiorense, Salamanca, Nacional e Omonia Nicósia (Chipre), e que fez a formação no Sporting.

O “herdeiro”, Miguel Luís, anda de leão ao peito desde 2009, que é como quem diz desde os dez anos de idade. Aos 17 é uma das figuras dos juniores do Sporting, e apesar do contexto delicado em que se encontra a equipa B, o salto para o futebol sénior pode estar para breve.

A pressa dispensa-se, está claro, mas os indicadores parecem sólidos e promissores. Miguel Luís transitou sem problemas para o escalão sub-19, depois de uma temporada de sucesso nos sub-17, tanto no clube como na seleção.

Desde logo por ter ajudado o Sporting a regressar aos títulos de juvenis, nove anos depois, para logo de seguida sagrar-se campeão europeu de sub-17 com a seleção portuguesa, numa prova em que marcou dois golos.

Ultrapassado que está esse patamar, Miguel Luís destaca-se agora nos sub-19. Em novembro apontou o golo que apurou Portugal para a Ronda de Elite, a dois minutos do final.

O golo de terça-feira, em La Manga del Mar Menor, é apenas mais um sinal positivo no crescimento de Miguel Luís, que se vai moldando como um «8» extremamente fiável. Sólido no passe, com vontade de agarrar a construção de jogo e não esconder-se dos colegas. Versátil, também na forma como chega a zonas de finalização, seja para remates de fora da área ou para conclusões mais próximas da baliza.

Um médio muito inteligente, algo que não raras vezes faz a diferença nesta fase difícil da transição para o futebol profissional.