Em momentos tão distintos para os seus clubes, os dois técnicos chegaram com estados de espírito antagónicos à sala de imprensa. O espanhol Paco Soler responsabilizou-se pela descida mas mostrou vontade de ficar em Aveiro. José Mota, por seu lado, sublinhou o feito histórico alcançado pelos seus atletas.
Paco Soler (treinador do Beira Mar):
«Estes jogos decisivos são assim. Com muita ansiedade e nervos. Não alcançámos o nosso objectivo e teremos que disputar a Liga de Honra na próxima época. O que falhou? Antes de mais nada, eu. Sou o máximo responsável. E houve mais coisas que me surpreenderam e não foram o que eu esperava. Por exemplo? A pouca gente no estádio. Mas eu é que tive que me adaptar a uma nova forma de pensar. Mesmo assim fizemos 15 pontos na segunda volta, o que não é mau. Continuar? Não sei. Eu tenho muita vontade, mas também tenho de pensar na minha família».
José Mota (treinador do Paços de Ferreira):
«Estes momentos são para mais tarde recordar. Penso que já estou a ficar com saudades deste grupo de trabalho. Foram fantásticos. Conseguimos alcançar os nossos objectivos e entrámos para a história do clube e do futebol português. Tivemos muitas dificuldades, sofremos muitos. Os nossos sócios e simpatizantes devem estar orgulhosos. Quero dar também uma palavra à minha direcção que nunca nos faltou com nada. Representar o Paços é fantástico, pela coerência e convicções que temos mantido. Jogo a jogo construímos este objectivo e demos uma prova cabal de que com trabalho e união é possível alcançar feitos destes. Quero também lembrar os jogadores que saíram em Dezembro e que nos ajudaram a estabilizar financeiramente».