A segunda volta da Liga começou com estrondo. Se serve de ensaio para o que aí vem, promete. E como. De Guimarães à Mata Real, onde acabou com o Paços de Paulo Fonseca a vencer o Benfica ( 1-0), apenas a segunda derrota neste campeonato de um líder que não só falhou a oportunidade de cavar um fosso de nove pontos para o segundo lugar como viu terminar um estado de graça que durava há oito jogos, oito partidas a vencer sem sofrer golos. Uma ronda a contrariar previsões, com óbvia passagem pelos Barreiros e pela derrota do FC Porto, mas não só. E com um vencedor claro, o Sporting, que ganhou numa série de campos: foi a única das oito primeiras equipas à entrada para a ronda 18 que conseguiu vencer, ganhou terreno para quem vai à frente e distância para quem vem atrás.

Resultados e classificação da Liga à 18ª jornada

Entalada entre duas rondas de Taça da Liga, a jornada só começou no sábado à noite e avisou logo ao que vinha. Encontro entre vizinhos no Minho e o Gil a surpreender um V. Guimarães que apontava ao pódio. 2-0 aos 55 minutos, a segunda vitória da época a parecer poder tornar-se real. Mas o Vitória era mais forte e acabou por evitar o pior. Foi preciso um penálti batido por André André já nos descontos, mas os pontos acabaram divididos ( 2-2).


Depois chegou a maratona de domingo, nada menos que sete jogos e o Sporting em campo à tarde, coisa rara em jogos dos «grandes». Não foi uma exibição de grande intensidade, mas foi natural a vitória dos leões ( 1-0), a quinta seguida para o campeonato, num golo de João Mário a valer mais que três pontos, feitas as contas finais da jornada. O FC Porto já está a apenas um ponto de distância, depois da derrota na Madeira, o líder Benfica está a sete, a duas jornadas do dérbi. E os atrasos de V. Guimarães e Sp. Braga ajudaram o leão a cavar um fosso de tranquilidade para trás.


Em Setúbal, a equipa do Vitória deu argumentos de peso aos que defendem o efeito-chicotada. Na transição entre Domingos Paciência e o regressado Bruno Ribeiro, nada menos que uma goleada ao Rio Ave: 4-1, para espantar fantasmas no Bonfim.


Em recuperação também o Nacional, uma vitória na visita ao Moreirense que reforça a sensação de recuperação vinda da Choupana: três vitórias seguidas na Liga, apenas a segunda fora de casa para a equipa de Manuel Machado, assegurada já nos descontos com um golo de Lucas João ( 2-3).


Tempo ainda no domingo para também o Belenenses se deixar empatar em casa com o Penafiel ( 0-0), e para a vitória do Estoril sobre o Arouca ( 1-0), que permitiu à equipa de José Couceiro subir ao oitavo lugar e acrescentou um nome à lista de marcadores da Liga: Leo Bonatini, reforço na Amoreira.


Outro sinal de uma jornada atípica, os três melhores goleadores ficaram em branco. André André juntou-se a Talisca e Maazou, com nove golos, a cinco de Jackson Martinez, impotente também ele numa equipa do FC Porto que foi incapaz de encontrar respostas e caminhos entre a barreira do Marítimo, construída a partir da vantagem garantida por um grande golo de Bruno Gallo ( 1-0).


O domingo não terminou sem mais um resultado a contrariar expectativas. No Bessa, faltavam menos de 10 minutos para o final quando um golo enrolado do nigeriano Uchebo deu vantagem ao Boavista, que acabou por vencer um Sp. Braga com ambições para mais ( 1-0).


Faltava o P. Ferreira-Benfica e foi o que foi. Casa cheia e um jogo à altura, com o Paços a complicar a vida aos encarnados e a rir no fim, à custa de uma grande penalidade cometida por Eliseu e convertida por Sérgio Oliveira. Ironia, Paulo Fonseca a atenuar amarguras do FC Porto. Antes de regressar ao Dragão, já na próxima jornada.