Jean Michael Seri é para Paulo Fonseca um dos grandes jogadores da liga portuguesa. O treinador fala com entusiasmo sobre o médio marfinense, de 23 anos, mas também faz questão de sublinhar a qualidade de Sérgio Oliveira.

Na entrevista ao Maisfutebol, Fonseca refere, de resto, que o centrocampista merece regressar ao FC Porto.

Rúben Pinto, Hélder Lopes e os meninos Jota, Andrezinho e Sousa são outros atletas analisados pelo treinador do Paços Ferreira, quase no final de uma época extraordinária para o emblema da Capital do Móvel.


Além do Seri, que jogadores merecem ser destacados na época do Paços?
Ainda outra dia estava a olhar para o aquecimento da equipa, antes do jogo, e pensei: se em agosto me dissessem que alguns destes jogadores iam ser titulares, eu não me acreditava. Houve mudanças na equipa, sem problemas, porque existe uma forte ideia de jogo. Muitos jogadores fizeram uma temporada fabulosa.

O Hélder Lopes é dos que mais me tem surpreendido. Do ponto de vista defensivo, não sei se temos um lateral tão forte na nossa Liga. Vai ser difícil vê-lo no Paços de Ferreira na próxima época. O Seri é um jogador para outros patamares, sinceramente. Na construção é um dos jogadores mais fortes na Liga. Não é um seis, nós não temos um seis, temos dois médios. Não está reduzido ao papel defensivo ou ofensivo, mas na primeira fase de construção é determinante. E é o jogador do nosso plantel com mais coragem, mesmo em momentos difíceis. Ele assume o jogo, vem buscar a bola, dá o sinal à equipa, é fantástico.  

Nas últimas semanas, o Sérgio Oliveira saiu da equipa e o Rúben Pinto tem jogado mais. Porquê?
O Sérgio Oliveira também está a fazer um ano extraordinário e tem a transferência para o FC Porto assegurada. Isso reflete o ano dele. Teve um papel parecido com o do Seri na equipa. Não conhecia o Sérgio e as pessoas levantavam várias questões sobre ele. Ouvi imensas coisas e o que eu vi é precisamente o oposto. É um jogador hiper-inteligente e dedicado, um grande profissional. Evoluiu muito, merece a transferência.

Ele fez a dada altura uma luxação no ombro e esteve cinco semanas parado. Quando regressou, entrou no onze inicial, mas levou o quinto amarelo e não pôde jogar em Arouca. Esse é um momento determinante na época. A equipa deu uma grande resposta aí e resolvi depois dar continuidade a quem jogou. O Sousa, o Andrezinho e o Jota estiveram na equipa, três miúdos. O Rúben Pinto jogou e dá mais equilíbrio defensivo, mas participa menos no ataque. É um jogador cerebral e tem estado bem. Só por isso é que o Sérgio não tem jogado, mas está a trabalhar muito bem, não baixou os braços. Quer voltar a ser importante, apesar de já ter o futuro definido.  


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Sousa, Andrezinho e Jota: lançou estes jovens porque conhece bem o clube e sentiu segurança e apoio para essa aposta?
Está a trabalhar-se muito bem na formação. Os juniores estão a fazer uma época extraordinária. O Paços não tem uma equipa B e isso faz toda a diferença. O Jota e ao Sousa ainda são sub19, isso é notável. Há uma aproximação grande entre as ideias dos seniores e dos juniores. São jovens de grande valor e acreditamos muito neles. O Andrezinho teve um ano complicado, nunca baixou os braços até ter uma oportunidade. Digo o mesmo sobre os outros. Começaram a jogar num momento importante, a seguir ao jogo do Moreirense, talvez o pior em casa. Senti necessidade de dar um sinal à equipa e esse sinal foi a introdução destes jovens. Quis mostrar que os nomes não contam. Ninguém nos exige a Europa, mas atingimos a manutenção muito cedo e houve algum comodismo em determinados momentos. Eu senti a necessidade de criar mais ambição e esses miúdos trouxeram isso».