Muito pragmatismo e eficácia. Assim se resume a entrada vitoriosa (1-0) do Marítimo na Liga 2017-2018, na receção ao P. Ferreira.

Sob um calor intenso e elevados índices de humidade, a partida foi algo pobre no primeiro tempo, com as duas equipas a revelarem ineficácia para construir jogo ofensivo. Tudo mudou na etapa complementar, após uma boa entrada do Marítimo e uma resposta muito voluntariosa, mas ineficaz, por parte do P. Ferreira.

Como era esperado, Daniel Ramos foi a jogo com o onze que carimbou a passagem ao play-off de acesso à Liga Europa.

Destaque por isso para as estreias absolutas no futebol português do central Pablo Santos - que foi incumbido de substituir Maurício, que rumou à liga japonesa no início da semana passada -  e Bebeto, também brasileiro, que conquistou o lugar que foi ocupado durante toda a última época por Patrick (que rumou ao V. Setúbal por empréstimo do Benfica).

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No P. Ferreira, destaque para os reforços Bruno Moreira, André Leão e, em especial, António Xavier, que regressou à Madeira para defrontar a equipa pela qual jogou na temporada passada.

Depois de um bom quarto de hora marcado por movimentos de parada a resposta sem grande critério de parte a parte, e que evidenciavam grandes dificuldades de progressão, o Marítimo começou a assumir o controlo do jogo, e com essa autoridade chegou o primeiro remate: aos 18 minutos, Éber Bessa cobrou um livre direto, mas a bola passou por cima da barra.

Logo de seguida, Rodrigo Pinho aproveitou um passe atrasado mal calculado pela defensiva pacense e isolou-se na grande área visitante, mas o remate de pé esquerdo acabou por sair algo fraco, para defesa fácil de Mário Felgueiras.

O guardião do Paços não ganhou porém para o susto quando, cerca de um minuto depois, Ricardo Valente, servido por Éber Bessa, conseguiu colocar a bola na área para a finalização de Rodrigo Pinho. Valeu a Felgueiras a intervenção de Marco Baixinho, que aliviou o perigo.

A resposta do Paços ao atrevimento dos madeirenses surgiu aos 25 minutos, com Pedrinho a cruzar da direita para encontrar Bruno Moreira, que em excelente posição para finalizar, falhou o cabeceamento... Poucos minutos depois, Diego Medeiros conseguiu cabecear, mas Charles encaixou sem problemas de maior.

Feitas as contas, a primeira parte revelou uma grande ineficácia atacante.

À ida para o intervalo, o Paços de Ferreira detinha mais posse de bola e melhor definição de jogo, mas à equipa de Dainel Ramos, embora pouca esclarecida processo ofensivo, pertencia a autoria do melhor lance de perigo.

Após o descanso, as equipas regressaram sem alterações nos onzes, mas o Marítimo surgiu mais atrevido e com a marca de Éber Bessa. O médio ofensivo brasileiro veio mesmo a inaugurar o marcador, já depois de ter assinado dois lances de muito perigo para os colegas finalizarem.

Luís Martins iniciou a jogada na esquerda e atrasou para Ricardo Valente, que sem perder tempo serviu a Éber Bessa: o brasileiro finalizou à entrada da área com alguma felicidade, já que a bola foi rematada com a canela e já em queda.

Éber Bessa, marcou e jogou: os destaques do encontro

O golo deixou o habitualmente pacífico Vasco Seabra muito irritado.

Talvez por isso o treinador tenha mexido logo na sua equipa, fazendo entrar Mabil para o lugar de Diego Medeiros. Já Daniel Ramos pediu a Rodrigo Pinho para sair, promovendo a estreia do compatriota de Everton no futebol português.

A vantagem levou a um recuo tático do Marítimo, deixando ao Paços a total iniciativa de jogo. Foi com muita vontade que os comandados de Vasco Seabra procuraram a igualdade, mas a defensiva de Daniel Ramos, com Erdem Sen e Zainadine em destaque, foram tapando os caminhos da baliza de Charles.

No período de maior sufoco, com o Paços à procura do golo, o guardião verde-rubro evidenciou algum nervosismo, nomeadamente com saídas de entre os postes mal calculadas. Mas o Paços não soube aproveitar. Aliás, foi o Marítimo, no contragolpe, que esteve mais perto do segundo.