Por: Jorge Fonseca

Numa partida com vistas para os lugares de acesso às competições europeias e em que fosse quem fosse o vencedor, representaria um passo mais rumo a esse desiderato, depois do desaire do Belenenses em casa ante o Benfica, a falta de capacidade de ousar, sem aventureirismos, de ambas as formações, na primeira parte, quase fazia pensar estar-se perante duas equipas já conformadas.
 
Sem vencer em casa o Moreirense há mais de uma década, os “castores” estiveram intranquilos nos primeiros vinte minutos, período em que a pressão alta dos “cónegos” só não foi bem-sucedida depois no capítulo da finalização.
 
E se a velocidade e a assertividade nas transições apareceu nos locais após a meia hora, já no capítulo de incomodar Marafona foi mais do mesmo, com a equipa de Paulo Fonseca a só conseguir alvejar (mal) a baliza visitante de bola parada. Perto do intervalo, num raro contra-ataque, Cícero teve finalmente espaço para correr e enquadrar-se mas o remate foi como os anteriores, desastrado.
 
Num desempenho a que não foi estranha a ausência de Manuel José e de Rodrigo Galo, implicando quer na movimentação quer na imaginação e poder de remates dos locais, os “castores” começaram a segunda parte com dois sustos: primeiro num desvio de cabeça de Leandro Souza e depois quando Arsénio surgiu solto a rematar à entrada da área correspondendo António Filipe com uma defesa apertada.
 
Ao não conseguir sair da intranquilidade que a afectou na primeira parte, tudo saia mal aos locais, ao passo que o formação de Miguel Leal traduzia em campo e na circulação a segurança que sentia de si própria, sendo este o cenário em que a partida entrou nos momentos derradeiros, ficando evidente que só por acaso alguém chegaria ao golo.
 
E mais se acentuou quando, sem marcação, ao minuto 85, Alex atirou para as mãos de António Filipe, a bola de golo que Gerso lhe fizera chegar da esquerda, respondendo Edson Farias (88’) com um disparo de longe que Marafona encaixou na perfeição.