Nem era preciso, face à derrota do Belenenses, mas o Sp. Braga garantiu o ponto que lhe faltava para confirmar que termina, pelo menos, no quinto lugar da Liga. Foi no último lance de um jogo de nervos e para duros. Éder empatou a dois um jogo que o Paços fez mais por vencer.
 
Se o jogo foi para homens de barba rija, não o ditou o Paços nem o Braga: foi o tempo. O vendaval que assolou o norte do país não deixou a Capital do Móvel de fora e obrigou a um jogo de faca nos dentes com a Europa em vista para ambas as equipas, mesmo que em situações diferentes.
 
Deu-se melhor o Paços. Com mais garra, mas também com a ajuda do vento. A toada não mudou durante os 90 minutos pelo que cada equipa pode gozar de uma parte com essa vantagem teórica. O Sp. Braga pouco a aproveitou, apesar de ter ido para o intervalo em vantagem. O Paços espremeu-a e esteve muito perto de levar o barco a bom porto. Deu a volta ao jogo e aguentou-se até ao cabeceamento de Éder, no último lance, estragar a onda amarela.

FICHA DE JOGO (e notas dos jogadores)
 
A força do vento fez-se sentir, mormente, no mais bonito golo do o jogo. Um canto direto de Ruben Pinto que Matheus, mal, não conseguiu afastar da baliza. Foi o sinal mais visível dessa unidade motriz diferenciadora na noite da Mata Real. Houve outras.
 
Mas comecemos…pelo início. O primeiro tempo foi dividido e a vantagem bracarense no descanso era, até, injusta. Houve mais oportunidades para o Paços. Com três homens muito dinâmicos atrás de Bruno Moreira (Hurtado, Diogo Jota e André Leal), a equipa da casa era muito forte nas saídas para o ataque. Seri fartou-se de ganhar bolas e a ordem era simples: jogo direto.
 
Não havia espaço a rendilhados num relvado surpreendentemente bom face às condições existentes, mas, ainda assim, traiçoeiro. Aliás, o Sp. Braga respondia na mesma toada, com papéis invertidos e uma diferença: Pardo e Pedro Santos foram bem menos ativos que os homens pacenses nesse período.
 
Hurtado, num remate ao lado, e Pedro Tiba, num cabeceamento por cima, desperdiçaram as melhores ocasiões de parte a parte antes do golo de Santos, em cima do apito para o descanso. Pediram mão os homens da casa, mas sem razão. Foi com o ombro que o brasileiro colocou o Sp. Braga na frente.
 
Os DESTAQUES do encontro

Mas se as queixas eram injustas, a frustração justificava-se. O Sp. Braga não fora superior e o empate que até aí se verificava era mesmo o resultado mais certo.
 
No segundo tempo, contudo, e já com o fator vento a favor, o Paços restabeleceu a ordem mais lógica para o jogo. E depois chegou-se à frente.
 
Fé nos mesmos recompensada
 
A viragem no jogo veio pelos mesmos que o haviam iniciado. Ao contrário de Sérgio Conceição, que trocou o apagado Pedro Santos por Salvador no descanso, Paulo Fonseca manteve a aposta. Fez bem.
 
O Paços continuou a ganhar mais duelos no meio campo, o Sp. Braga teve muito mais dificuldades a rechaçar as investidas contrárias, também pelas traições que, aqui e ali, o vento ia fazendo. E veio o empate.
 
Hélder Lopes centrou na esquerda, a bola ganhou uma trajetória estranha e Hurtado encostou, de joelho, ao segundo poste, ganhando a frente à defensiva contrária. O jogo começava a mudar.
 
Veio, depois, o tal golo olímpico de Ruben Pinto, a vinte minutos do fim, e a convicção que, dificilmente, o jogo fugiria ao Paços. Prognóstico arriscado num jogo atípico destes. Provou-o Éder, no último lance do jogo, desviando de cabeça um centro de trivela de Pardo.

Castigo duro para o Paços que, antes tinha visto Matheus, por duas vezes, evitar que Edson Farías, entretanto lançado para jogo, chegasse ao terceiro golo.
 
Teria sido decisivo. Assim, fica um ponto para cada equipa. Que ao Sp. Braga até nem fazia falta para garantir a Europa (a derrota do Belenenses deixava o 5º posto na gaveta das certezas), mas ajuda a deixar o V. Guimarães a cinco pontos, a três jogos do fim.