«Quem é que inventou essa palhaçada de o Marcos marcar penalties?» Foi desta forma que Luiz Felipe Scolari reagiu àquele que foi o principal caso do encontro com o Avaí, que terminou com uma goleada de 5-0.

O Palmeiras já vencia por quatro golos de diferença quando conseguiu uma grande penalidade, a vinte minutos do final. Com o resultado feito, o público lembrou-se que seria uma excelente altura para Marcos, guarda-redes de 37 anos, ter uma cereja no topo do bolo da carreira, fazendo um golo. O público pediu, os jogadores ouviram e chamaram o guarda-redes, que, de imediato, disse que não. Mas, mesmo que quisesse, no banco estava um «Sarjentão» imperativo: não, não e não.

Ex-bracarense ajuda à goleada de Scolari

«Quem inventou essa palhaçada de o Marcos marcar penalties? Jogador tem de jogar futebol. E era preciso respeitar o Avaí, que mesmo a perder 4-0 não deu nenhum pontapé», garantiu.

O próprio Marcos confessou, no final, que não iria aceder ao pedido da plateia por respeito ao guarda-redes do Avaí, Aleks, de apenas 20 anos. «Eu não sou o marcador oficial do Palmeiras. Não é porque a equipa está a ganhar 4-0 que eu vou lá. E o moleque (Aleks) está a começar agora», frisou.

O pedido invulgar encontra espelho, por ventura, no sucesso de Rogério Ceni, do rival São Paulo, com os golos que vai apontando. Marcos foge às comparações: «Só porque o Rogério faz golos, querem que eu faça, mas e eu não faço golos. O Rogério é o marcador oficial do São Paulo, marca com 0-0 ou 5-0. Não é porque o Aleks está começando agora e ia ser homenagem para mim que eu iria lá. Para mim seria desrespeito.»

E Scolari também deixou bem claro. «Enquanto eu for técnico do Palmeiras, isso de o Marcos marcar penalties não vai acontecer», referiu, no final do jogo. Porém, numa situação semelhante, embora com parâmetros mais decisivos, Scolari já decidiu de forma inversa. Quem não se lembra do penalty de Ricardo nos quartos-de-final do Euro 2004, quando Nuno Valente já se preparava para o apontar?

Veja o caso de Marcos (7m40):