Vicente Moura, presidente do Comité Olímpico Português, é um homem satisfeito com a prestação lusa nos Jogos Olímpicos. O responsável diz, perante as limitações do país, tem-se verificado «um excelente nível» nas prestações.
«Com estes resultados mais recentes, acho que estamos a um excelente nível para um país como Portugal, que tem dez milhões de habitantes e alguns problemas a nível do desenvolvimento desportivo. Pelo menos não saímos de uma forma anónima como aconteceu em Barcelona há 12 anos, quando não ganhámos qualquer medalha. Isso dá-nos uma grande satisfação porque toda a gente trabalhou muito durante muito tempo, fizeram um bom trabalho. O comité olímpico trabalhou em conjunto com as federações e com o Governo, fizemos todos os possíveis para estes bons resultados. Estamos muito satisfeitos», afirmou.
O dirigente fala numa «geração muito jovem brilhante», em contraste com alguma quebra nos atletas mais experientes: «Infelizmente os veteranos, entre aspas, porque alguns deles ainda poderão prestar brilhantes serviços ao desporto português até aos Jogos de Pequim, não têm infelizmente os resultados que estavam ao seu alcance por motivos diversos. Há uma geração muito jovem brilhante e que não tem apenas estes atletas que aqui estão. Há muitos outros que apresentam excelentes índices de desenvolvimento, mesmo em desportos que não estão aqui nos Jogos. Se forem apoiados devidamente, poderemos ter uma representação ainda melhor em Pequim. Temos de continuar a apoiar estes atletas que aqui estão, porque têm demonstrado muita qualidade, e que merecem todo o apoio e, ao mesmo tempo, procurarmos outros talentos a juntar a estes porque são e facto o futuro do desporto em Portugal.»
Vicente Moura explicou ainda que o projecto Pequim 2008 vai sofrer algumas alterações, sobretudo no que diz respeito ao apoio aos atletas. «Tenho falado com o secretário de Estado, que concordou, e pode ser a primeira vez na História do desporto português que se faz uma base de apoio muito mais alargada. O objectivo é no primeiro ano do ciclo olímpico, neste caso em 2005, obter verbas muito mais elevadas e dividi-las por um número maior de atletas, de forma a que logo em 2005 termos à volta de duzentos, trezentos atletas apoiados pelo projecto. Depois, com o passar dos anos, os atletas vão saindo até que no último, ou seja 2008, haja um grupo de elite capaz de participar cada vez melhor nos Jogos Olímpicos. É o que acontece em todos os países desenvolvidos. Aqui, as verbas são praticamente iguais todos os anos e no último, como é o caso de agora, em que os atletas são poucos, nem sequer se consegue gastar a verba orçamentada», concluiu.