Rui Jorge tinha deixado o aviso: pela frente, a seleção das quinas teria a «melhor equipa» que a atual geração já defrontou. E o alerta não se ficou por aí – o Japão, disse também, era um conjunto «agressivo».

Não podiam ser mais certeiras as palavras do selecionador.

O início deste encontro de preparação para o Europeu de 2023 (Geórgia e Roménia), que terminou com a derrota por 1-2 de Portugal, demonstrou um Japão aguerrido, com vontade – talvez às vezes exagerada – de disputar cada lance até ao fim.

Que o digam Fábio Silva e Tiago Gouveia, duas das novidades do 11 inicial de Rui Jorge.

Ainda se jogava o primeiro minuto de jogo, quando o avançado do Anderlecht se lesionou, numa bola disputada com o guarda-redes nipónico. Para o seu lugar, entrou Vitinha.

Pouco tempo depois, aos 17m, nova contrariedade: Tiago Gouveia lesionou-se e teve de ser substituído por Francisco Conceição.

Não foi, de todo, um início auspicioso para os comandados de Rui Jorge. As indicações deixadas no jogo frente à Chéquia não se confirmaram hoje.

Estavam jogados 21 minutos quando Yutaro Oda, sem oposição na área, cabeceou para o fundo das redes, inaugurando o marcador.

O Japão estava bem no jogo: Portugal até tinha mais bola, mas os nipónicos chegavam sempre com mais perigo ao ataque.

Aos 31m, a defesa lusa abriu uma autoestrada para Saito que só não fez o segundo porque Samuel Soares fez uma grande mancha ao remate do japonês.

O melhor que Portugal fez foi mesmo um remate de Francisco Conceição que obrigou a uma boa defesa de Suzuki (45m+1).

Rui Jorge também mostrou que não estava contente: no início da segunda parte, lançou José Carlos, Pedro Malheiro e Leonardo Lelo, para os lugares de André Almeida, João Mário e Nuno Tavares.

E o certo é que a equipa portuguesa começou melhor, com mais bola e mais próxima da baliza adversária.

Francisco Conceição – sempre ele – dispôs de mais duas chances para marcar, aos 62 e 66m, só que, em ambas, mostrou-se demasiado perdulário.

Mas o golo acabaria por aparecer pouco tempo depois – e, diga-se, com justiça.

Fujio, que segundos antes tinha tentado cavar um penálti, pôs o braço à bola, dentro da área portuguesa, e o árbitro não hesitou em marcar penálti.

Fábio Vieira não tremeu e, da marca dos 11 metros, restabeleceu a igualdade (78m).

Nos últimos minutos, Portugal até carregou na busca pela vitória, mas acabou por sofrer a machadada final.

Já no segundo minuto de descontos, Fujio desviou uma bola, cruzada da esquerda, fazendo-a entrar junto ao poste da baliza de Samuel.

O futebol tem destas coisas: o mesmo jogador que cometeu o penálti, resolveu a favor dos nipónicos que impuseram a primeira derrota à seleção portuguesa sub-21 desde a derrota na final do Europeu, em junho de 2021.

Rui Jorge tinha razão.