Paulo Bento quer começar a fase de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2014 com um triunfo no Luxemburgo. Para que isso seja uma realidade, o selecionador exige aos jogadores o mesmo que exigiu quando tomou conta da equipa já em plena fase de qualificação para o último Europeu.
«Queremos neste jogo encaminhar da melhor maneira a nossa qualificação para o Mundial-2014. Já definimos que é importante estar em 2014, e também já definimos que será importante chegar em primeiro lugar e para se chegar em primeiro é importante começar bem, com três pontos conquistados. Estamos alertados para que já tivemos erros em episódios semelhantes que acabaram por complicar as nossas contas ou mesmo nos deixaram de fora. Temos um trajeto desde 1998 em que não falhámos nenhuma fase final e para continuarmos a estar presentes temos de entender todos os jogos da mesma maneira, estar bem, jogar, mantermo-nos concentrados do primeiro ao último minuto. Já dissemos que assumimos o favoritismo, que temos melhor equipa e objetivos diferentes, mas temos de prová-lo em campo. Ninguém ganha por antecipação», assumiu.
O técnico espera encontrar um ritmo mais forte nos jogadores do que no amigável de 15 de agosto frente ao Panamá: «Foi um jogo particular de início de época, agora continuamos no início de época, mas há mais alguma preparação e os jogadores já competiram. A estratégia do nosso adversário não se irá alterar. Vai manter um bloco baixo, com uma densidade elevada no último terço do terreno. Vamos tentar desmontar essa estratégia, jogando de uma forma intensa, sendo velozes na circulação para encontrar o maior número de espaços possível e atacar, e sobretudo não perder a paciência. Vamos querer dominar o adversário e essa também será a estratégia deles, entregar-nos a bola para depois tentarem sair em contra-ataques.»
Bento também terá um onze mais próximo do que tão boa conta de si deu na Ucrânia e na Polónia. «Será um onze diferente daquele que apresentámos frente ao Panamá e mais perto do usado na fase final do Europeu. Não irá sofrer grandes alterações», assinalou, antes de voltar a apelar à concentração dos jogadores: «Na véspera dos encontros, os jogadores já sabem o nosso plano, estratégia e a forma como vamos abordar o jogo. E têm conhecimento do compromisso em não diferenciar particulares de jogos em fases finais ou de qualificação. Se perdermos algo do que nos levou à fase final do Europeu tornará a nossa missão mais difícil. É sempre mais difícil construir algo do que destruir. Queremos continuar a tornar a equipa melhor, queremos realizar uma boa fase de qualificação para o Mundial- 2014 e não acredito que não haja motivação para começar da melhor maneira. Não tenho dúvidas que amanhã entraremos e jogaremos como se estivéssemos na fase final do Euro-2012.»
A ideia que o treinador mais reforçou foi a de focagem completa no triunfo. «Conheço melhor os jogadores, eles conhecem-me melhor. Trabalhamos essa forma de jogar e também algumas alternativas em função da estratégia para cada jogo. No entanto, isso não muda os objetivos da equipa nem muda os meus objetivos pessoais, que são os mesmos quando entrei na equipa já em andamento. Embora essa seja a grande diferença entre as duas fases de qualificação.»
Nas bancadas, Portugal terá um forte apoio dos emigrantes. Isso, apesar de algum conforto, não parece entrar nas contas do selecionador. «É uma sensação agradável. Gostamos de nos sentir apoiados, de ter o povo do nosso lado. Amanhã vamos ter a oportunidade de jogando fora parecer que estamos em casa. A responsabilidade não aumenta, mas é mais um dado para demonstrarmos a nossa forma de competir, identidade e atitude. Estou crente de que é isso que os jogadores vão fazer. Não tive em nenhum momento qualquer sensação de desilusão com o comportamento dos jogadores mesmo quando perdemos», concluiu.