Paulo Bento, selecionador de Portugal, comentou desta forma a derrota da seleção nacional frente ao Equador (2-3), em encontro particular realizado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:

«Mais do que a preocupação pelos sete golos sofridos, retenho que até aos 60 minutos fizemos um bom jogo. Nesse período, tivemos muitas coisas positivas, sobretudo no processo ofensivo. Tivemos capacidade de reação a um golo a frio, continuámos a jogar da forma como pretendíamos, chegámos à igualdade, voltamos a entrar bem na segunda parte e chegámos ao 2-1. Depois, tivemos logo a seguir a infelicidade de sofrer o 2-2 da forma como sofremos. A partir daí, sentimentos dificuldades para voltar ao jogo, mesmo no período em que passámos a jogar com três defesas.»

E a última meia-hora? «Fica um resultado que não me parece justo mas ficam também coisas positivas que devemos levar para os próximos jogos. A meia-hora final não me preocupa, tem um motivo. Portugal esteve a perder, deu a volta e logo depois só tocou na bola para fazer o golo na própria baliza. Conviver com um resultado favorável durante mais tempo seria fundamental. Ter de ir novamente atrás do resultado fez-nos perder alguma lucidez.»

Este é o seu pior momento na seleção? «Não lhe sei dizer se é o período mais difícil. Na qualificação, talvez seja, porque entrámos com uma situação difícil e agora estamos igualmente numa situação difícil. Mas passámos por essa fase e fomos semi-finalistas do Euro. Tivemos agora dois resultados na qualificação que nos colocam de uma situação de maior dificuldades. Este jogo não nos iria tirar alguma pressão para os próximos jogos, pode é colocar agora maior pressão face ao resultado. Esta situação não é virgem. Em 2004 foi a qualificação mais fácil, em 2006 ficámos em primeiro mas desde então a qualificação nunca mais foi fácil. Tenho a convicção que vamos jogar a Israel para ganhar. Temos de ganhar persistência nos nossos objetivos e manter os nossos princípios.»