O seleccionador nacional, Paulo Bento, admitiu que pode jogar num sistema diferente ao que a equipa portuguesa está habituada. Ainda assim, o técnico deixa todas as possibilidades em aberto. Enquanto foi treinador do Sporting, Paulo Bento utilizou quase sempre o 4x4x2 losango. Porém, faz questão de frisar que não vem com sistemas ou modelos pré-definidos para a Selecção.

«Não trago o sistema do Sporting porque jogadores são diferentes», atirou o treinador, para lembrar que já usou tácticas diferentes do losango: «Nos juniores do Sporting jogava em 4x3x3, o Sporting [sénior] chegou a jogar com três centrais, noutras situações até só com um ponta-de-lança. Não trago o sistema para a Selecção.»

Desse modo, Paulo Bento explica que «mediante a estratégia» vai «trazer um sistema e um método de jogo» e declara: «Não garanto que joguemos em 4x3x3 com a Dinamarca. Vou testar aquilo que podemos fazer de início, mas também aquilo que possa ocorrer durante o jogo.»

Com losango ou sem ele, em 4x3x3 ou noutro sistema, o seleccionador admite a continuidade de Pepe como médio-defensivo, embora saiba que o homem do Real Madrid se sinta mais confortável mais atrás: «O Pepe é central de origem. É verdade que já há uns anos, mesmo no Marítimo, chegou a jogar como médio. Depois jogou como médio pela selecção. Penso que está mais cómodo como central. Mas isso não impede que possa jogar como médio.»

As bandeirinhas e a situação do país

Paulo Bento só vai ter quatro treinos para preparar o jogo com a Dinamarca, no Dragão. Por isso, o treinador já definiu bem o que vai dizer aos internacionais portugueses, ainda que o diálogo com os futebolistas possa não sair como planeado. «Podemos pensar em muitos cenários, mas quando chegar a hora muitas vezes nem sai como pensamos», admitiu.

«Se durante o estágio, e em especial para o jogo com a Dinamarca, sei o que quero dizer em cada dia, em termos de forma como iremos abordar o jogo, digo que sim, sei tudo o que quero dizer e pedir», revelou Paulo Bento.

O seleccionador considerou que «na situação em que estamos, temos de abordar o jogo com ambição e risco, mas sem perder o equilíbrio necessário» frente aos dinamarqueses. Sobre as bandeirinhas que a federação vai oferecer a quem comprar bilhetes para a partida, Paulo Bento diz que não foi ideia dele.

«Não é ideia minha, mas o que disse é que nós temos, em primeiro lugar, que dar», declarou. «Gostaria e acredito que é possível ter o Dragão cheio, agora, não o podemos, nem o devemos exigir», continuou, para referir: «A Selecção é um pouco diferente dos clubes, existe responsabilidade, profissionalismo, mas tem de haver da parte de todos nós um espírito de missão, depois, pode e deve haver da parte de todos um pequeno contributo.»

Paulo Bento acrescentou que «não se pode gostar só da Selecção Nacional nas fases finais, temos de gostar dela no caminho para essas fases finais». Nessa media, o treinador apela «à compreensão das pessoas, sem esforço complementar, porque as coisas estão difíceis no nosso país».