O grupo escolhido por Paulo Bento para o arranque da campanha de qualificação para o Euro-2016 tem uma média de idades inferior em dois anos ao grupo que esteve no Mundial 2014. No Brasil, Portugal apresentou uma das seleções com média de idade mais alta (28,2), um valor que agora baixa para 26,2, muito mais próximo dos valores habituais das principais seleções europeias.

A convocatória para o jogo com a Albânia

Entre os nove nomes agora chamados de novo, só três têm mais de 25 anos: Adrien, Pedro Tiba e Antunes. As restantes seis (Anthony Lopes, Rúben Vezo, André Gomes, Bruma, Ivan Cavaleiro e Ricardo Horta) estão todos abaixo dos 24. Ao Brasil, Paulo Bento tinha levado apenas três jogadores (William, André Almeida e Rafa) abaixo dos 25.

Paulo Bento: «Renovação será gradual»

Ainda em relação ao Mundial, há oito nomes que, por variadas razões, não entraram desta vez nas escolhas de Paulo Bento. Desses, quatro (Beto, Postiga, Bruno Alves e Hugo Almeida) estão acima dos 30 anos, e mais três (Rúben Amorim, Cristiano Ronaldo e Varela) acima dos 29. A única exceção é Rafa, o mais jovem a integrar os 23 do Mundial, agora de volta à seleção sub-21.

Saem oito e entram nove

Confira as idades dos 24 convocados de Paulo Bento:

Eduardo: 31,9
Rui Patrício: 26,5
Anthony Lopes: 23,9
João Pereira: 30,5
Rúben Vezo: 20,4
André Almeida: 23,9
Fábio Coentrão: 26,5
Pepe: 31,5
Antunes: 27,4
Ricardo Costa: 33,3
Neto: 26,3
William Carvalho: 22,4
Adrien Silva: 25,5
Miguel Veloso: 28,3
Raul Meireles: 31,5
João Moutinho: 28
André Gomes: 21,1
Pedro Tiba: 26
Nani: 27,7
Vieirinha: 28,6
Bruma: 19,8
Éder: 26,7
Ivan Cavaleiro: 20,8
Ricardo Horta: 19,9

Total: 628,4 (média 26,2)

Espanha e Inglaterra também com renovação em curso

A situação de Portugal não é, neste particular, diferente da verificada em algumas das principais seleções europeias. O início de novas campanhas de qualificação marca, muitas vezes, um novo ciclo nas equipas nacionais, com vários jogadores a encerrarem a trajetória internacional depois de fases finais - ao contrário do que aconteceu após o Mundial 2010, nem foi esse o caso em Portugal, onde nenhum dos convocados para o Brasil fechou a porta à seleção.

Mas na Inglaterra (Gerrard, Lampard) e Espanha (Xavi e Xabi Alonso) e também na Alemanha (Lahm, Mertesacker, Klose), algumas referências dos últimos anos já disseram adeus às suas equipas nacionais, abrindo portas à chamada de novos nomes.

Assim, na lista de Espanha, anunciada por Del Bosque nesta sexta-feira, há oito novidades em relação à lista dos 23 para o Mundial, sendo quatro (Carvajal, Bartra, Isco e Alcácer) abaixo dos 23 anos. Com estas mudanças, Del Bosque fez, para já, baixar a média de idades de 28,0 para 26,5.

Mas o caso mais extremo de renovação em curso entre seleções de elite na Europa é, provavelmente a Inglaterra. Roy Hodgson já tinha levado ao Brasil um plantel com média de idade baixa ( 26,2), e esse dado acentuou-se com o abandono de Gerrard e Lampard. Assim, o selecionador britânico chamou 13 jogadores com menos de 25 anos para a sua primeira convocatória pós-Brasil, promovendo ainda quatro estreias absolutas (Colback, Calum Chambers, Danny Rose e Delph).

Na Alemanha, a situação é obviamente diferente. Na sua primeira convocatória depois do Mundal, Joachim Löw manteve a confiança na base que lhe deu o título no Brasil (18 em 21) promovendo apenas três novidades, que nem sequer o são bem: Marco Reus só não esteve no Brasil por lesão e Mario Gomez é um internacional muito experiente. O defesa Antonio Rudiger (20 anos, Estugarda) é a única aposta inovadora, numa seleção que nem sequer tem falta de jovens talentos para explorar no seu campeonato nacional e que tem média de idades de 26,1.

O mesmo pode ser dito da Holanda (Hiddink mantém, para já, a estrutura que serviu a Van Gaal no Mundial do Brasil, com média de idades de 26,1) e da França que, como organizadora do Europeu não participa na fase de qualificação e mantém praticamente inalterada a base da equipa que esteve no Brasil, já bastante rejuvenescida por Didier Deschamps ( 26,6).

Para já, Paulo Bento apresenta uma seleção portuguesa com média de idades mais baixa, e mais próxima das principais seleções europeias. Falta ver como fica o cenário, quando forem descontadas as alterações forçadas, que condicionaram fortemente as suas opções para o jogo com a Albânia.