O guarda-redes Paulo Santos já não contava participar no Mundial de 2006, quando recebeu uma chamada. Bruno Vale estava lesionado, criando uma oportunidade para o, na altura, jogador do Sp. Braga. Viajou para a Alemanha, mas nunca jogou. É um dos 27 jogadores portugueses convocados para uma fase final, mas que nunca entraram em campo.

«Foi um orgulho enorme, significou muito, estávamos todos com o mesmo espírito para que as coisas corressem bem», disse ao Maisfutebol. No entanto, como terceira opção de Scolari, admite que «não estava à espera de jogar».

«Era óbvio que não ia jogar. Não joguei o apuramento, o Ricardo jogava sempre e o outro convocado era o Quim. Mas já que não pude dar o meu contributo dentro do campo, dei fora. A minha motivação foi a chamada à seleção para representar o meu país», completou o agora jogador do Rio Ave.

Garante que não guarda «ressentimentos», mas admite que «devia ter tido uma oportunidade». «No Sp. Braga eu era o primeiro ou o segundo guarda-redes menos batido do campeonato. No mínimo, não merecia ter sido chamado assim, porque tenho uma carreira que fala por mim. Não sei por que não me chamaram, nunca conversaram comigo».

Com apenas uma internacionalização, num particular com a Irlanda do Norte, Paulo Santos elogia, no entanto, o selecionador: «Scolari tinha o seu grupo e tinha muito bem, porque só assim alcançou o sucesso».

Daniel Fernandes e Ventura eram hipóteses

O guarda-redes do Rio Ave acredita que a seleção nacional «tem boas hipóteses» de vencer o Europeu da Polónia e da Ucrânia, «se todos estiverem com o mesmo espírito para conquistar esse objetivo». «Temos jogadores de grande qualidade, que jogam nos melhores clubes, tudo depende da sua união».

Olhando para a baliza que foi sua por pouco tempo, afirma que Rui Patrício e Eduardo «estavam certos» entre os 23 de Paulo Bento e que a «dúvida» seria entre Beto, Daniel Fernandes ou Ventura. «O Paulo Santos é que não ia de certeza absoluta», brincou.

Aos 39 anos, e questionado sobre o seu futuro, adianta que está num «momento reflexão» e que deixar o futebol «está em cima da mesa».