Paulo Sérgio diz que não se sente sozinho, mas revela que se arrependeu de assumir a luta pelo título logo no segundo mês ao serviço do Sporting. As declarações do técnico leonino, após o empate caseiro com a Naval (3-3):

[sente que está a enfrentar a situação sozinho?] «Por uma questão de princípio de ética mantenho-me calado em relação a isso. Vou continuar a pegar o touro pelos cornos.»

«Não tem sido fácil, mas faço-o com enorme orgulho e dedicação máxima.»

[quando foi apresentado assumiu a luta pelo título. Se fosse hoje faria o mesmo?] «Se soubesse o que soube dois meses, não o teria feito. Ou pelo menos não o teria feito com a mesma crença.»

[sente que ainda tem condições para continuar?] «As condições não são as melhores, mas há uma condição que para mim é fundamental: a confiança do grupo de trabalho, a entrega demonstrada diariamente. Não merecem, pela forma como se empenham e dedicam ao emblema, passar por estes momentos de profunda tristeza. É trabalhar e procurar soluções, procurar cometer menos erros. Não quero tirar mérito à Naval, que cresceu com o Mozer, que está a ser feliz no seu trabalho, mas fomos nós que cometemos os pecados. Tivemos de correr sempre atrás do marcador. Não foi possível dar a volta por cima. Os jogadores mereciam, o Liedson merecia outra saída.»

[sobre a contestação] «Tenho o máximo respeito pelos adeptos do Sporting. Sei que eles não estão a ofender a pessoa Paulo Sérgio, mas sim aquilo que ele representa à frente da equipa do Sporting.»

[a explicar o empate] «Fizemos o que parecia mais difícil na altura, que era marcar primeiro. Tínhamos tudo para fazer um bom jogo e um bom resultado, mas num lance inofensivo criámos uma grande penalidade, e de um lance em que tivemos a bola duas vezes sofremos o segundo golo. E ainda um terceiro lance de alguma desatenção, permitindo o remate de fora da área, e quando não fomos felizes a pará-lo. Não quero tirar mérito à Naval, mas mostrou tremenda eficácia. Tivemos momentos em que podíamos ter decidido o jogo a nosso favor. Tudo isto se passou debaixo de enorme stress, que não ajuda nada. Foi uma noite muito difícil para nós.»

[justificando a aposta em três médios como Pedro Mendes, André Santos e Zapater] «Fizemos um jogo seguro na Madeira com três médios. A nossa equipa, por vezes, torna-se vulnerável quando joga com dois. Quando percebi que o adversário estava confortável, procurei abrir os corredores.»