Cardiff espera por Real e Juventus.
Outro resultado seria uma enorme surpresa, mas ainda faltam 90 minutos de cada uma das meias-finais da Liga dos Campeões.
Na primeira mão os avançados foram o destaque das suas equipas.
Cristiano Ronaldo no Real Madrid.
Higuaín na Juventus.
Já não há mais adjectivos para Ronaldo.
Nos quartos de final foram cinco golos marcados e agora foram mais três. Iguala a marca na meia-final ou vai superá-la ? Tudo é possível para Ronaldo…
Higuaín teve duas oportunidades e marcou.
Assistimos a dois bons jogos, ganhos pelas equipas que melhor jogaram e os controlaram.
Os onzes, principalmente de Real Madrid e Juventus, tiveram intervenção e estratégia de Zidane e Allegri, respectivamente. Mas já lá vou.
Comecemos pelo duelo de Madrid, onde o Real esteve muito melhor. Esperava mais do Atlético, mas jogou pouco e não conseguiu ser eficaz no seu processo ofensivo e sobretudo no seu processo defensivo.
Mérito para o Real, que conseguiu a meu ver retirar ao Atlético a capacidade para ter bola com uma atitude pressionante sobre o portador da bola, fortes na transição defensiva e na recuperação de bola e ter como gosta espaço nas costas.
Esta pressão, esta luta pela posse de bola e a inteligência para baixar no campo quando necessário não deu metros nas costas de Sérgio Ramos e companhia e naturalmente isso foi um ponto a favor para o Real.
O segredo esteve no meio campo e aí Zidane fez entrar Isco, que foi o elemento desse sector com liberdade para ocupar qualquer zona do campo e fê-lo sempre com inteligência, com qualidade e dando superioridade numérica num sector onde o Atlético costuma ser forte. A inclusão de Isco resultou e o Real soube com a sua presença controlar e dominar o jogo do meio campo.
Mas não posso esquecer o trio que é determinante para muito do sucesso da equipa. Casemiro sempre posicional, num papel por vezes desvalorizado mas muito importante numa equipa que se quer sempre equilibrada. Modric e Kroos jogam muito e têm capacidade para ter bola e fazer a gestão do espaço e dos ritmos do jogo e juntaram a isso a pressão que colocaram sobre os médios do Atlético, resultando num jogo muito conseguido.
No Atlético a desilusão por não conseguirem ser a equipa que habitualmente são, combativa e sem erros. Desta vez não responderam como queriam. Cometeram erros defensivos e foram evidentes as dificuldades que Lucas Hernandez teve numa posição (lateral direito) que não é a sua. Além da inoperância atacante revelada, sem conseguirem acertar com o último passe.
Griezmann, a sua estrela maior, foi sempre bem marcado e não apareceu e Gameiro teve uma oportunidade soberana para empatar aos 17 minutos e não conseguiu.
Foi curto e, perante a eficácia do enorme Ronaldo, provavelmente a eliminatória está resolvida.
No Mónaco, a equipa de Jardim fez um dos jogos menos conseguidos na Liga dos Campeões.
Mérito para a Juventus que não permitiu que as boas transições ofensivas que o Mónaco costuma fazer saíssem. Encurtou espaço, pressionou alto e quando foi necessário baixou no campo, dificultando ainda mais.
Allegri voltou a uma linha de três centrais e deixou Cuadrado (!!) de fora do onze. Surpresa, mas na cabeça do treinador italiano estava Falcão e Mbappé e os outros que costumam surgir de trás. Reforçar a zona central, ser mais consistente para poder responder aos desafios que o ataque do Mónaco iria colocar.
O resto mais do mesmo, com Pjanic a assumir-se como jogador determinante desta Juventus e Daniel Alves e Alex Sandro com liberdade total nos seus corredores. Marchisio a dar equilibrio no meio campo, Dybala a procurar os desequilíbrios, Mandzukic a trabalhar muito e Higuaín à espera da oportunidade para finalizar.
Parece simples o que escrevo mas a verdade é que esta equipa da Juventus sabe os terrenos que pisa, o que deve fazer em cada momento, não se desorganiza, se pressiona alto ou se baixa é sempre junta e os jogadores cumprem a sua missão.
A entrada forte da Juventus no jogo dizia para o que vinha.
A jovem equipa do Mónaco cedo percebeu a equipa forte e consistente que iria ter pela frente. Sem jogar bem, criou duas oportunidades por Mbappé mas o jovem francês desta vez não marcou.
A Juventus controlava o jogo e numa excelente jogada colectiva Higuaín finalizou. A tarefa tornou-se mais difícil mas nem por isso o Mónaco deixou de tentar, apesar de alguns passes falhados e perdas de bolas. Mas pela frente tinha uma equipa coesa que aproveitou uma dessas perdas de bola e voltou a marcar, por Higuaín.
Volto a dizr que a equipa da Juventus vale pelo todo, mas alguns merecem destaque
Daniel Alves é um elemento importante na manobra da equipa e voltou a demonstrá-lo quer defensivamente quer nas assistências para os dois golos.
Higuaín foi a figura e a dar a esperança aos adeptos da Vecchia Signora de que é possível ganhar a Liga dos Campeões.
Pjanic é o centro da equipa e aquele jogador que põe a máquina a girar. Bom tecnicamente, qualidade de passe e na decisão, gere bem o momento de pressionar, de contemporizar ou acelerar o jogo ou até levar a equipa a baixar em determinados momentos.
No Mónaco, as esperanças estavam na irreverência dos jovens jogadores a começar por Mbappé e na capacidade para finalizar de Falcao. O espaço foi pouco e quando surgiu não houve arte e engenho para resolver.
Analisar o que de bem se fez e acima de tudo o que não funcionou. A tarefa para o Mónaco não se afigura fácil perante uma Juventus que não sofre golos há 631 minutos e não perde em casa para as competições europeias desde Abril de 2013.
Mas quem como o Mónaco veio da pré-eliminatória da Liga dos Campeões e, acima de tudo, tem demonstrado qualidade ao longo da prova, tem de acreditar e veremos o comportamento no Juventus Stadium.