O Benfica deixa a Alemanha com uma derrota expressiva e sai da eliminatória com o Borussia Dortmund de uma forma justa face à diferença que existiu e que foi confirmada ao longo dos 180 minutos da eliminatória.

Rui Vitória sabia do poderio do Dortmund e por isso não se estranhou que André Almeida reforçasse o meio campo. No jogo da Luz, a batalha do meio campo foi perdida e pedia-se consistência e unidade no Signal Iduna Park. A vantagem era do Benfica e esta estratégia fazia sentido face ao caudal ofensivo que o Borussia normalmente apresenta.

Mas o jogo, esse, começou logo mal. Aos 4 minutos, erro defensivo num canto. Pulisic desvia sozinho no primeiro poste e Aubameyang, também sozinho no segundo, cabeceia para golo.

As equipas sabem das movimentações dos adversários, mas quantas vezes vemos as situações acontecerem? Muitas, e esta foi mais uma delas.

O que é certo é que a primeira parte quase não teve oportunidades de golo mas fica, pelo menos para mim, a maturidade com que joga esta equipa alemã. A bola foi sua na maioria do tempo e soube gerir o ritmo do jogo com paciência e no momento certo procurar o passe em profundidade.

A circulação rápida de bola, a dinâmica e a velocidade dos seus jogadores da frente faz a diferença.

Mas fica para mim aquele que é dos aspectos mais importantes desta equipa. Além da qualidade técnica individual dos seus jogadores é a forma como o Dortmund reage à perda da bola que faz deles uma equipa forte.

O Benfica não soube, nem teve a capacidade para se libertar desta forma de jogar e por isso mal recuperava a bola normalmente perdia-a a seguir. Foi difícil. O Borussia é muito melhor e já o tinha provado na Luz, apesar da derrota.

A segunda parte trouxe um Benfica mais atrevido e Cervi desperdiçou aos 47 minutos uma oportunidade soberana, mas foi por pouco tempo.  Aos 59 minutos, após o segundo golo do Dortmund, o Benfica quebrou. Dois minutos depois aconteceu o terceiro e acabou.

Apesar de ainda faltar meia hora era evidente o desgaste anímico e a incapacidade para sequer alterar o estado da situação.

No seu estádio, o Dortmund não deixou de impor o ritmo, de pressionar, de dar velocidade ao jogo. Materializou quase todos os lances de verdadeiro perigo e o resultado avolumou-se. O internacional gabonês redimiu-se da noite infeliz da Luz e no seu estádio fez três golos para a sua conta pessoal.

O Benfica cometeu erros e além disso não foi capaz de parar a dinâmica, a velocidade, a intensidade que esta equipa alemã coloca em jogo.

Numa análise aos destaques mais e menos positivos, não queria deixar de dar mais uma nota positiva para Ederson. Sem as defesas enormes do primeiro jogo, mas mesmo assim sempre muito atento e concentrado nas saídas, sejam aos pés dos jogadores adversários seja numa leitura muito atenta das bolas metidas nas costas da sua defesa.

Se havia dúvidas esta eliminatória coloca o jovem brasileiro na montra e veremos qual o destino no final da época.

Nelson Semedo é outro dos jogadores que teve um desempenho positivo. O jovem lateral portugues esta um senhor lateral. Confiante com bola, quase sempre com critério e uma capacidade física que lhe permite ser também uma boa solução ofensiva.

Do outro lado Eliseu não dá o mesmo e por isso o seu rendimento é menor. O seu posicionamento, nem sempre o melhor também não ajuda.

Na frente, Mitroglou teve uma tarefa muito complicada perante os centrais da equipa alemã. Sozinho, quase sempre sem apoio teve uma tarefa quase impossível de ter sucesso e nem mesmo depois de Jonas e já no final com Jimenez, isso aconteceu.

A superioridade alemã foi evidente e para a equipa do Benfica é perceber isso e seguir em frente. O seu principal objectivo está na liga portuguesa e nos desafios que terá pela frente. Essa é a sua tarefa e Rui Vitória sabe da importância de uma boa resposta já na próxima segunda feira frente ao Belenenses.

P.S. Era impossível não falar da «remontada» do Barcelona.

Não vi o jogo, mas fui acompanhando o resultado. Mal acabou o Benfica mudei para Barcelona e assisti à reviravolta. Penálti, Neymar a assumir aos 89 minutos e 5-1. A loucura estava instalada em Camp Nou e os cinco minutos de desconto eram longos para o PSG.

Nos últimos dois minutos do tempo extra, Ter Stegen passou mais tempo na área do PSG que na sua. Bola na área e o guarda redes alemão lá estava. E o sexto golo surge num grande passe de Neymar e boa finalização de Sergi Roberto… Sim, foi 6-1, estava feita a remontada e o árbitro acabou logo a seguir.

Impossível dizia-se. Incrível, dizem agora todos.

Como estava feliz Luis Enrique e bem mereceu.

Bem, vou tratar de ver o jogo e os golos.