A primeira mão dos quartos de final da Champions já está… E já estou à espera dos bons confrontos que vamos ter na próxima semana.

Estes jogos trouxeram-nos os vencedores esperados ou houve surpresas? Penso que tivemos as duas situações. Tivemos as figuras do costume a marcar presença e outras que começam a marcar a sua posição, mas já lá vamos.

Em Turim, a Juventus afirmou-se e o Barcelona mostrou novamente o seu lado negro.

No final, já não é surpresa. A derrota pesada (3-0) leva-nos a pensar se teremos remontada novamente. Quem tem aquela qualidade na frente permite-se pensar em tudo, mas terá de ser mais uma noite excecional, porque a Vecchia Signora quer dar continuidade à afirmação europeia. E esta Juventus é uma grande equipa, que funciona em bloco, poucas vezes se desorganiza e na frente tem jogadores que resolvem.

Por falar nisso, Dybala. O jovem argentino trata a bola como poucos e com espaço e sem pressão acontece o que todos vimos. Marcou por duas vezes com classe e foi a figura do jogo no meio de outras estrelas.

Lá atrás, nota muito positiva para Daniel Alves e Alex Sandro que estiveram em grande nível e não deixaram Neymar e Messi brilhar nos seus territórios.

Messi surgiu pouco e a espaços. Ficou o seu alto nível em dois momentos de passes para golo. Neymar não se viu e Suárez lutou e falhou quando teve oportunidade.

Mascherano ocupou a posição 6 na ausência de Busquets. Na minha opinião, não pode ser. O argentino não dá a saída que uma equipa como o Barça precisa e Luis Enrique só mudou ao intervalo. O jovem André Gomes entrou para essa mesma posição e, sem ter feito um grande jogo, a equipa melhorou.

Em Dortmund, Borussia e Mónaco mostraram a qualidade das suas equipas e a questão que se coloca é se alguma delas consegue chegar à final.

Grande jogo, futebol ofensivo, jovens com muita qualidade (Mbappé, Bernardo, Pulisic, Raphael, Dembelé...) e dois treinadores sem medo e a arriscar numa ideia e filosofia de jogo.

Dá gosto ver jogar estas duas equipas. Nos primeiros 45 minutos, as ideias de Leonardo Jardim funcionaram em pleno, controlando e dominando o jogo, marcando dois golos e isto apesar dos 66% de posse de bola dos alemães.

Podíamos pensar que o jogo estava resolvido, mas Tuchel mexeu e bem na equipa. Pulisic e Sahin foram importantes para o muito de bom que se assistiu na 2.º parte e todos melhoraram.

Só deu Dortmund, mas um golo apenas aos 57 minutos era pouco para o caudal ofensivo e as situações que se iam criando. Pelo meio, um passe mal medido fez voltar a entrar em ação o menino Mbappé, que com classe e frieza marcava aos 79 minutos o terceiro golo para os monegascos.

Fim do jogo, pensaram uns, mas não para o Dortmund que demonstrou ser uma equipa mentalmente forte e voltou à carga marcando o segundo, insuficiente para dar a volta ao resultado, no entanto.

No meu ponto de vista, merecia bastante mais o Dortmund, mas agora só interessa a 2.ª mão e acredito que vamos ter emoção e incerteza até final, com duas equipas que fazem do jogo ofensivo a sua ideia. A vantagem está do lado da equipa de Leonardo Jardim, mas podemos esperar de tudo no jogo no principado.

Em Munique, Ronaldo chegou aos 100 golos nas competições europeias. O primeiro na história das provas europeias.

Foram mais dois golos para a conta pessoal e permite aos espanhóis irem para a 2.ª mão em Madrid em vantagem, mas não seguros perante a qualidade da equipa alemã. Sem dúvida a figura do Real Madrid e, naturalmente, também do jogo.

Do lado do Bayern, sobressaem três jogadores. Desde logo Arturo Vidal que foi também um dos homens do encontro. Não pára, está sempre em jogo, seja na pressão que coloca sobre os adversários, na forma como aparece em cobertura em zona defensiva ou a tentar finalizar na área contrária. A juntar a isso, gosta de ter bola e tem critério no passe.

Marcou numa entrada forte de cabeça e o penálti que falhou, ao minuto 46, tornava a história do jogo seguramente diferente.

Javi Martínez com erros sucessivos foi expulso e mudou essa mesma história.

Em alta competição não há margem para erros destes (mas eles continuam a acontecer) e em três minutos deixou a sua equipa com 10 unidades. Tinham sofrido o golo do empate 14 minutos antes e a partir da expulsão só deu Real Madrid. A possibilidade de uma eliminatória resolvida em Munique podia ter sido uma realidade.

Só não foi pela outra figura do jogo que leva ainda esperança para Madrid. Manuel Neuer. Defendeu quase tudo e foi uma barreira para Ronaldo e companhia. Acaba por não sair bem no segundo golo sofrido, mas o que defendeu faz acreditar a equipa e os adeptos que é possível não ir apenas de viagem até à capital espanhola.

Em Madrid, o Atlético recebia o surpreendente Leicester, agora de Craig Shakespeare.

Simeone quer voltar a colocar o seu Atlético nas meias finais e por isso fez pela vida. O homem do costume, e que tem sido o abono de família da equipa, voltou a marcar.

Griezmann decidiu num pénalti e apesar da magra vantagem conquistada a vitória não sofre contestação. Chegará para passar? 

O Atlético é mais forte mas, os homens de Leicester vão dar tudo por tudo no King Power Stadium, com os seus milhares de adeptos a apoiar. Veremos se o sonho continua ou se chega ao fim uma história bonita…Já sem o italiano Ranieri…