Este fim-de-semana ficou marcado por alguns momentos. Desde logo os dérbis.

São jogos que têm algo mais do que um jogo normal. Trazem uma rivalidade antiga e outros sentimentos. O rival aqui do lado está na outra metade do relvado, o que normalmente faz viver o jogo com mais emoção. Dentro e fora do campo.

No dérbi do Minho, o Braga recebeu o Vitória de Guimarães e assistimos a um jogo de grande intensidade. Qualidade de jogo, boas jogadas e intervenções determinantes de ambos os guarda-redes. Faltaram os golos. A qualidade de alguns jogadores é evidente e veremos se Rafa e Bernard, por exemplo, estarão na próxima época. Não acredito.

Mas o empate espelha o equilíbrio ao longo dos 90 minutos.

O Vitória ficou agora no último lugar do pódio e o Braga mantém a quinta posição a um ponto do Sporting e a cinco do Vitória de Guimarães. Uma nota final sobre estas duas equipas para referir os seus ataques e defesas até ao momento. O Vitória com 22 golos marcados e 9 sofridos (na mesma jornada da época passada tinha 11 golos marcados e 10 sofridos). O Sporting de Braga com 21 golos marcados e 8 sofridos (na mesma jornada da época passada tinha 13 golos marcados e 15 sofridos). Após estas doze jornadas têm registo de equipa dos primeiros lugares. Evolução significativa, as posições que ocupam mostram isso.

No dérbi da Madeira, o Nacional venceu na Choupana o Marítimo. Um jogo que teve vários remates nos postes e uma melhor eficácia do Nacional. O jovem brasileiro Willyan demonstrou qualidade e teve classe a finalizar no primeiro golo. Marco Matias bisou e reforçou a importância que assume na equipa. Tem metade dos golos do conjunto de Manuel Machado.

A primeira vitória fora do Penafiel retira-o do último lugar e aproxima-o das demais equipas. Retomada a confiança veremos o comportamento já na recepção ao Nacional da Madeira.

Por último, a não utilização de Miguel Rosa e Deyverson pelo Belenenses, na visita à Luz.

Os dois são apenas os jogadores com mais rendimento da equipa. Os quatro golos do médio e os sete do avançado perfazem 73 por cento do total (15) da equipa. Miguel tem dez jogos a titular e Deyverson onze a titular. Segundo o presidente da SAD são jogadores com contrato e é o Belenenses que paga a totalidade dos salários. O Benfica tem sobre estes jogadores uma cláusula de recompra fixada. Há um contrato assinado que entra em vigor caso o Benfica acione a opção.

A SAD decidiu pela não utilização dos jogadores.

O Belenenses fica mais fraco e o seu treinador ficou limitado nas opções. O ano passado esta situação já tinha acontecido com Miguel Rosa. Este ano mais um jogador.

Será que estas situações vão continuar a acontecer?

Os jogadores querem jogar sempre e ainda mais neste tipo de jogos. É também aqui que demonstram a sua valia e a capacidade para atuarem em equipas de outro nível.

P.S. No próximo domingo temos um clássico e discute-se a liderança da Liga. Pelo meio, ambas as equipas jogam a última jornada da Liga dos Campeões. Do lado do Porto, o estatuto da liderança no grupo permite-lhe abordar com confiança o jogo do Shakhtar. Apesar do prestígio e do prémio, o clássico já está na cabeça de Lopetegui. Terminar o clássico na primeira posição da Liga é o seu único pensamento.

A abordagem de Jesus e do Benfica nesta Liga dos Campeões não foi a melhor e o resultado é a ultima posição do grupo. Mas importa terminar bem. Se dúvidas houvesse, a conferência de imprensa de ontem de Jesus demonstrou que o pensamento está no Dragão. Teremos caras novas mas este último jogo europeu obriga a uma imagem mais condizente com o valor da equipa e do que foi feito nos últimos anos. O prestígio está sempre em causa e o prémio é importante.

Já se percebeu que os onzes de cada um nesses jogos vão ser diferentes do habitual. Veremos qual será a reacção individual e colectiva.

Todos sabemos que quando se joga pouco e quando se coloca uma equipa que não está habituada a jogar junta existem alguns riscos. Podemos dizer que são profissionais e que por isso têm de responder afirmativamente mas quem andou lá dentro sabe que não é bem assim.

A importância da ligação, das rotinas, do conhecimento do colega do lado só com o jogo se consegue. O treino é apenas um meio para se atingir o melhor caminho. Falta o jogo e será com isso que vários jogadores se vão deparar. Olhar para o lado positivo é perceber que está aqui uma oportunidade para demonstrarem o que podem fazer e de que forma podem ser útil à equipa. Mas é importante que se perceba, a começar por treinador e adeptos, que um menor rendimento não é apenas responsabilidade do jogador.