Mitroglou, Slimani e Aboubakar têm sido as referências ofensivas das suas equipas. Os avançados dos três grandes assumem, cada um à sua maneira, importância na ideia de jogo de cada um dos treinadores.
 
Comecemos por Mitroglou que chegou uns dias antes da Supertaça e ainda jogou uns minutos sem conhecer a totalidade dos nomes dos colegas de equipa e suas movimentações.
 
Rui Vitória perdeu Lima e recebeu em troca o internacional grego. Jogadores com características diferentes, é certo. O Benfica mudou de treinador mas também em algumas posições e a de avançado foi a principal alteração. Mitroglou é agora o avançado de Vitória, e é uma das chaves para a nova ideia de jogo pretendida.
 
O novo avançado não tem a mobilidade de Lima nem a capacidade para pressionar e não dar descanso aos defesas. Mitroglou assume um papel mais fixo, mais posicional, servindo de apoio aos seus médios ou em tabelas que surjam. Estar na área e procurar o espaço e a melhor forma de finalizar é o seu trabalho.
 
Rui Vitoria sabe disso e por isso Jonas tem liberdade para procurar outras zonas e isso solta-o para marcar (é o melhor marcador com 5 golos).Por outro lado, os médios sabem que têm alguém na área, seja para um jogo direto ou para cruzamentos. O papel de Mitroglou neste Benfica de Vitória é ser a referência atacante e o finalizador das jogadas da equipa. Nos quatro jogos realizados já marcou três golos e vai cumprindo o seu papel.
 
Do outro lado da segunda circular, a referência ofensiva continua a ser Slimani. Conta todos os minutos jogados na Liga, um sinal da importância que assume neste novo Sporting. Não foi escolha de Jesus, porque já lá estava, mas o novo técnico deu-lhe o papel principal.

 

O argelino não tem uma técnica apurada e falha por vezes na recepção e nas tabelas com os colegas, mas tem tido uma grande evolução de há um ano a esta parte - neste e noutros capítulos.
 
É de uma entrega ao jogo inexcedível, correndo e dando luta aos defesas contrários sem descanso. Esta característica, que o faz pressionar e lutar pela bola é uma ajuda importante para a equipa. Ser, naturalmente, o primeiro a defender e faz parte da estratégia do jogo. Ele e a equipa ganham com esta atitude.
 
A sua forma de estar no jogo liberta e cria espaços para os companheiros aparecerem. Mas do que mais gosta é estar na área, o seu habitat natural. É lá que se movimenta, que procura o primeiro poste ou que se mantém na zona central, sempre com o intuito de marcar. É agressivo na forma como se faz aos lances e com isso tem sucesso em muitas situações.
 
A forma de jogar da equipa necessita de um avançado assim e o internacional argelino cumpre bem a sua missão. Seja pelo apoio, pela profundidade de que a equipa precisa ou pela sua presença na área para os inúmeros cruzamentos que surgem. Para já, são dois os golos marcados, mas a este total acresce um papel importante para a dinâmica da equipa.
 
No Dragão, a referencia é agora Aboubakar. Jackson já não está e nem a chegada de Pablo Osvaldo retira ao camaronês as demonstraçôes de confiança de Lopetegui. O jovem avançado tem feito tudo para justificar a aposta e os quatro golos em quatro jogos são a prova disso.

 

Aboubakar é quem tem agora a obrigação de finalizar e a sua resposta não podia ser melhor. A forma de jogar da equipa não se alterou, apenas os intervenientes são outros.

A ideia de jogo é a mesma, com posse de bola, circulação e criação de desequilíbrios - tudo isto com uma nova referência na frente.
 
O ponta de lança dá corpo a essa ideia de jogo, funcionando como apoio para os médios, pressionando quando é a altura e baixando quando é necessário mas, acima de tudo, sendo para os colegas a referência na área.O entendimento tem sido bom e a entrega excelente e o jovem camaronês vai-se afirmando e marcando pontos neste arranque de época.