O futebol é um desporto seguido com paixão, cheio de emoções e mistura de sentimentos.
Esta semana viveram-se muitos momentos. Alegria, tristeza, surpresa, superação, coragem, confiança e a capacidade de sonhar foram sentidos e vividos por adeptos, treinadores e jogadores.
Nem sempre quem é melhor ganha e foi isso que aconteceu neste fim de semana em Inglaterra. Em terras de sua majestade, Chelsea e Manchester City viveram um dia para esquecer. Na sua própria casa foram eliminados por equipas do 3º e 2º escalão.
Então, eles não são muito melhores? É verdade, mas as surpresas acontecem e a imprevisibilidade existe. Aquilo que parecia certo acabou por não se verificar. Os «pequenos»
Bradford e Middlesbrough tiveram a coragem e a ousadia de irem a casa dos poderosos e eliminá-los.
O que passou pela cabeça dos adeptos do Chelsea e do Manchester City? Não queriam acreditar no que estavam a assistir. E, do outro lado, só existia festa e alegria. A história foi escrita e fica o registo dos nomes das equipas, dos jogadores e treinadores.
Memorável e surpreendente e é assim o futebol.
Falou-se de superação na vitória dos pequenos perante os grandes, mas também se fala na recuperação de uma lesão grave.
Helton é um desses exemplos. Viveu uma situação dessas aos 35 anos e podia ser o fim de uma grande carreira. Durante 9 meses trabalhou na recuperação e imagino as dificuldades e o sofrimento. Mas, acima de tudo, tinha em mente regressar. Voltar a jogar futebol e poder fazer aquilo que mais gosta. Não tenho dúvidas que era o que mais queria. Não era forma de terminar a carreira e Helton teve com certeza que superar-se em muitos momentos.
O resultado chegou no início deste ano. A baliza do Porto voltou a ser sua a 14 de Janeiro num jogo da Taça da Liga, mas foi em Braga, também para a Taça da Liga, a 21 deste mês que se sentiu vivo, como referiu no final. Grande exibição.
A luta interna e a concorrência que se quer saudável e competitiva fazem parte de uma equipa e o seu regresso trouxe isso à baliza do Porto.
E o que dizer do concretizar de um sonho de criança? Foi com certeza o que viveram três jovens portugueses em clubes diferentes.
Quando se é criança e se joga futebol, pensa-se sempre em ser jogador de futebol profissional e atingir a equipa principal. É esse sonho que muitos perseguem e apenas alguns conseguem. Aqueles que têm a felicidade de o atingir têm de agarrar com todas as forças as oportunidades que surgem.
O mês de Janeiro e, principalmente, a última semana, tem trazido para três jovens novas e grandes emoções. É verdade que as situações não são todas iguais nos clubes. O seu aparecimento surge nuns casos por necessidade, noutros por falta de opção e noutros pela qualidade e potencial que demonstram.
Gosto de ver jovens a aparecer nas primeiras equipas e a responderem de uma forma positiva em campo.
A estreia é sempre um momento que marca e será sempre recordado.
Em Alvalade,
Tobias Figueiredo estreou-se pela equipa principal do Sporting a 14 de Janeiro para a Taça da Liga. A estreia na principal competição foi a 18 deste mês e voltou a repetir a 25, sempre a titular. Momentos para recordar. A oportunidade tem sido aproveitada pelo jovem central e o bom rendimento que tem apresentado nestes três jogos, justifica a continuidade na aposta por Marco Silva.
Gonçalo Paciência é outro dos jovens que fizeram a estreia. Com os seus 20 anos e numa posição em que em Portugal não existem muitos, fez o primeiro jogo, e logo a titular, na equipa principal, a 21 de Janeiro para a Taça da Liga.
No passado domingo, voltou a ser chamado, desta vez saltando do banco. Foram 31 minutos e a estreia na maior prova nacional. A ausência de avançados, só com Jackson no plantel, permitiu a Lopetegui chamar o jovem internacional sub-21.
A qualidade do jogador ajudou e gostaria que a aposta se mantivesse e não fosse apenas momentânea. Já se percebeu que, para Lopetegui, a idade não conta e isso é um bom indicador para Gonçalo. Tem de fazer a sua parte com a qualidade e potencial que tem.
Por último, o mais jovem dos três, que tem tido uma semana em cheio e para recordar.
Dálcio o jovem avançado do Belenenses com 18 anos, fez em sete dias, três jogos e um total de 153 minutos.
Tudo começou a 18 de Janeiro, quando se estreou pela equipa principal do Belenenses em casa contra o Gil Vicente. Foram apenas 21 minutos, mas imagino a sensação. A meio da semana, Lito Vidigal colocou-o a titular contra o Sporting na Taça da Liga. Correspondeu e fez um golo de belo efeito.
Confiante, com personalidade não se atemorizou com quem tinha pela frente, assumiu riscos e foi feliz. Foram 61 minutos para não esquecer. Neste fim de semana, voltou a ser chamado à titularidade e teve mais 71 minutos num percurso que ainda agora começou.
Muito se passou numa semana e os adeptos já sabem quem ele é. Cá estaremos para acompanhar a sua evolução e o seu crescimento.
Sabemos que o caminho para estes jovens e todos aqueles que estão a aparecer não é fácil e está apenas no início. Mas espero que a confiança dos treinadores se mantenha e a aposta tenha continuidade.
Pedro Barbosa Escreve
A sua revista digital
27 jan 2015, 10:20
Paixão, superação e sonho, os ingredientes do futebol
Muitos momentos da mesma realidade, que vão dos veteranos aos que agora começam
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