Pizzi e João Mário.

O que têm em comum estes médios portugueses e qual o papel de cada um nas suas equipas?

Partem de posições semelhantes, têm ambos liberdade de ação no campo e têm vindo a marcar a sua influencia na equipa pelo rendimento que vêm a apresentar.

Começando pelo medio benfiquista, vemos que tem 16 jogos (13 a titular e 3 como suplente utilizado) disputados na Liga portuguesa com um total de 1096 minutos. Os golos marcados foram seis e todos eles no espaço de 55 dias, a contar desde o dia 30 Novembro 2015.

Esse dia, na 11ª jornada, marca para Pizzi novamente a titularidade na equipa (a última vez tinha sido na 3ª jornada, a 29 Agosto) e o início, a meu ver, de uma fase de crescimento da equipa.

Pizzi participou e teve influência neste processo evolutivo, acrescentando qualidade e ajudando à estabilidade a uma equipa que demonstrava irregularidade exibicional. A par de um conjunto de alterações efetuadas por Rui Vitória que contribuíram para uma maior estabilidade e tudo isto num processo coletivo mais acertado e eficaz.

A sua posição tem variado entre a esquerda e a direita mas com liberdade para criar e ser interventivo no jogo ofensivo da equipa. A sua importância é evidente e por isso desempenha qualquer posição do meio campo, dando solidez e capacidade para a equipa ter bola.

Pizzi é um jogador inteligente, que gosta de ter bola e distingue-se pelo critério no passe e na forma como procura gerir os ritmos da equipa. Se aliarmos isto a uma boa capacidade de trabalho defensivo e, acima de tudo, os golos que tem marcado, valoriza-o e aumenta-lhe a confiança.

A forma inteligente como se movimenta e como consegue ser um elemento surpresa na chegada à área contrária, tem sido determinante para a sua veia goleadora. O golo do passado sábado é a prova disso e naturalmente dá outra dimensão ao seu jogo.

A sua influência e importância no onze é evidente e Rui Vitória sabe disso.

Em Alvalade, João Mário tem, também por mérito, assumido uma posição importante.

O médio leonino tem sido influente no jogo da equipa, apresentando um futebol de muita qualidade e boas exibições. Os números refletem a sua importância. São, até ao momento, 1504 minutos jogados nos 19 jogos disputados (17 a titular e 2 como suplente utilizado). Leva dois golos marcados e este, a meu ver, é um dos aspetos que merece ser melhorado face à qualidade de jogo que apresenta.

Acredito que, a manter este nível exibicional, a saída no final da época pode acontecer.

O jovem médio é muito bom tecnicamente e por isso recebe, controla e passa a bola como poucos o sabem fazer. E com classe.

A forma como trata a bola e a inteligência como se movimenta em campo, permite-lhe quase sempre tomar boas decisões. Ficar com ela, passá-la no momento certo ou simplesmente ir por ali fora à procura da melhor solução são as situações que o João Mário vive em cada jogo.

Jesus, desde a chegada de William, deu-lhe como destino uma das alas, normalmente a direita, mas também a liberdade para procurar a bola e ser ele o responsável pelos ritmos da equipa. A preocupação em não desequilibrar a equipa esta sempre presente na forma como se movimenta e como a equipa trabalha também esse aspeto.

A sua influência é bem evidente e voltou a ter no passado sábado uma exibição de qualidade. Assistiu em dois golos com classe, através de um passe de rutura e outro em fintas e a terminar no encosto de Slimani.

É este o jogo de João Mário. Os seus 23 anos e o jogo que apresenta, revelam, como tem sido desde que chegou à Liga , uma maturidade acima da média que, naturalmente, o distingue dos outros.