O fim de semana já passou e o foco agora é europeu. Mas tenho que voltar ao clássico e à resposta do Sporting: o FC Porto voltou à corrida pelo título e o Sporting à liderança.

O clássico mostrou que o Benfica está confiante e apesar do jogo de qualidade perdeu a oportunidade de continuar em primeiro, por culpa própria.

O FC Porto, mais abatido pelo que tem passado, como referiu Peseiro, soube responder com união e capacidade de entreajuda e revelou qualidade e eficácia, seja por Casillas (grande exibição!) ou pelos marcadores.

Mas este clássico fica marcado também, no meu ponto de vista, pelos jovens. Do lado do FC Porto a surpresa foi o central Chidozie que, lançado no onze, esteve bem e provou poderem contar com ele.

Não foi perfeito e nem era isso que se esperava, mas esteve seguro, concentrado e respondeu positivamente ao desafio que lhe foi colocado. Se havia dúvidas na zona central o jovem nigeriano pode ser aposta.

Do lado do Benfica também Lindelof fez a sua estreia na zona central e respondeu bem, mas foi o médio Renato Sanches que continuou a impressionar, com os seus 18 anos.

Foi o seu primeiro clássico e pela maturidade que revelou parecia que já tinha disputado muitos.

Pelo que tenho visto, desde que começou a jogar a titular a 30 de novembro de 2015, para ele os jogos parecem ter todos o mesmo grau de dificuldade, de exigência, de pressão, de responsabilidade tal é a forma como os encara: apenas um jogo de futebol em que tem de ter bom rendimento. Voltou a fazê-lo e a demonstrar a sua influência na equipa.

O Sporting saía deste clássico em vantagem mas faltava cumprir a sua parte. Respondeu na Madeira, à líder, e goleou com uma boa exibição.

Jornada concluída e tabela actualizada, vamos aos jogos europeus. Que impacto vão ter os últimos resultados e que resposta vão dar as equipas em prova? Vai haver implicações dos jogos europeus na Liga portuguesa?

Desde logo, esperam-se confrontos difíceis e exigentes, que vão obrigar a que as equipas portuguesas estejam ao seu melhor nivel.

Na Liga dos Campeões o Benfica defronta o Zenit, sexto clasificado da liga russa, que penso estar ao alcance da equipa da Luz.

O próprio Zenit sabe que este não é o Benfica do sorteio em Dezembro e esse é um factor a ter em conta. Já se sabe que as derrotas nunca são boas mas acredito que a do clássico não fez mossa aos jogadores. Jogaram bem, tiveram qualidade, criaram varias situações de golo por isso não têm motivos para ir abaixo.

Num embate a duas mãos, o Zenit ainda não iniciou a segunda metade da liga. A paragem de inverno, nesta altura só com jogos particulares, pode ser um factor a favor do Benfica - mas nunca fiando. A equipa russa tem muita qualidade individual e é preciso estar alerta.

Na Liga Europa os adversários são alemães. O segundo e terceiro classificados da Bundesliga contra os nossos terceiro e primeiro, respectivamente. As 18h de 5ª feira o Porto é o primeiro a entrar em cena em Dortmund.

A equipa tem mais baixas para além das do clássico: Maxi e Danilo estão castigados e a boa surpresa Chidozie não esta inscrito. Perspectiva-se nova surpresa e mais um jovem na calha.

No Signal Iduna Park, o Porto vai enfrentar a equipa que mais marca na Alemanha, ainda sem saber se conta com o goleador Aubameyang. Bons jogadores, bom conjunto e um grande ambiente, factores que com certeza vão criar dificuldades.

Importa resistir e trazer um resultado para a decisão no Dragão.

Logo de seguida, às 20h05 o Sporting recebe o Bayer Leverkusen. Mais um jogo complicado para uma equipa portuguesa - e Jesus sabe disso, tanto que referiu há pouco tempo que vai colocar a melhor equipa.

Outra coisa não seria de esperar, se passar a eliminatória está na cabeça de todos.

Para já algumas lesões preocupam e soluções vão ter de ser encontradas.

A aposta em Ruben Semedo é para continuar e Esgaio na esquerda pode ser opção. A equipa esta confiante e a jogar bom futebol e isso é um bom indicador para esta eliminatória.

Do outro lado, a equipa alemã tem qualidade e alia isso a um jogo com ritmo e intensidade. Um adversário forte que, por isso, tem de ter uma resposta à altura.

Resta falar do Sp. Braga, que terá, em teoria o adversário mais acessível dos representantes portugueses. Com o moral em alta, pelo bom rendimento na Liga (13 pontos nos últimos 15), ainda na corrida na Taça e na Taça da Liga, os homens de Paulo Fonseca podem confirmar na Suíça o bom momento que atravessam.

Uma coisa em comum serve para estas equipas.

Apesar da valia dos adversários acredito que é possível passarem todos e para isso a abordagem aos jogos não pode permitir erros. O que se pede a todas as equipas portuguesas é um jogo concentrado, de qualidade, competitivo e a inteligência táctica para funcionar como equipa e saber que para já são apenas 90 minutos a disputar e ainda faltam outros tantos para a decisão final.

Os meses de Fevereiro e Março são normalmente uma altura chave para as equipas portuguesas. A liga esta disputada e os jogos europeus obrigam a um bom planeamento e a uma gestão cuidada. Anda a saltar entre competições nunca é fácil mas é o que se pretende. “Mudar o chip” como se costuma dizer é obrigatório e veremos a resposta agora, e já neste fim de semana.