O que têm em comum João Mário, André André e Renato Sanches? Jogam no meio campo e pelo menos dois assumem a sua importância na equipa. Será que há espaço para o terceiro? Já lá vamos...

Foi um Domingo em cheio para quem quis ficar em frente à TV, com os grandes a jogarem em sequência. A maratona começou às 16h e terminou já depois das 22 e - no meu caso – ainda com passagens pelo futebol inglês e espanhol.

Mas a minha atenção estava virada para os jogos de Benfica, FC Porto e Sporting: era importante perceber qual seria a resposta de cada um, depois da semana europeia e antes de nova paragem na Liga.

As vitórias aconteceram naturalmente para os três mas faltou-lhes muita coisa. Uma situação que, acredito, irá ser analisada. Nesta altura, os treinadores ficam com a equipa partida em semana de seleções e pouco poderá ser feito. O que mais importa foi conseguido e, quando se reunirem todos novamente, o que se fez de menos bom será falado mas o foco estará no que aí vem.

Nos jogos dos grandes houve pouca inspiração e todos eles tiveram dificuldades acima das esperadas. Por mérito dos adversários, que montaram estratégias capazes de condicionar o seu jogo, e por culpa própria de quem não soube exprimir a qualidade individual e colectiva que possui.

O Benfica foi o primeiro a entrar em ação. Vimos a Luz com muita gente mas uma exibição de pouca qualidade. Rui Vitória, que não é dado a mudanças, só fez uma alteração no onze da passada terça-feira. A vitória não esteve em causa mas espera-se mais de quem é melhor: o Benfica ainda não encontrou o ritmo certo. O golo de Gonçalo Guedes, aos 38 minutos, libertou os pensamentos mas o descanso só chegou aos 88, com o golo de Carcela.

Rui Vitória procura ainda definição para a zona central do meio campo. Samaris é a referência mas o companheiro de sector vai mudando e ainda nenhum acertou. Talisca voltou a merecer a confiança do treinador mas tem apresentado escasso rendimento. Espera-se que acrescente algo mais e, a meu ver, isso não tem acontecido.

Rui Vitória já provou que não está preocupado com as idades e, por isso, este pode ser um bom momento para dar oportunidade a Renato Sanches, não apenas os poucos segundos que lhe foram dados, até Luisão lhe permitir tocar na bola.



Com o resultado como estava, faz-me confusão colocar um jogador aos 93 minutos, seja ele qual for. Agora, são 15 dias até ao próximo jogo e nova oportunidade surgir. Será que Renato Sanches vai surgir no onze em Alvalade?

O jogo no Dragão veio a seguir. Lopetegui, adepto da rotatividade, apenas fez uma mudança em relação o jogo com o Maccabi, fazendo descansar André André. Evandro voltou a ser titular, com alguma surpresa, e esteve abaixo do pretendido. Saiu para dar mais poder de fogo e o golo surgiu uns minutos mais tarde, já André André tinha voltado ao seu lugar no relvado.

A importância que o médio vem tendo na equipa é sinal da sua qualidade e do rendimento que apresenta. Nesta altura, seja qual for a posição no meio campo - e até mesmo partindo como ala e procurando zonas interiores - tem de jogar.

Ao intervalo Lopetegui lançou André André lá para dentro. O jogo na segunda parte ganhou intensidade, o ritmo foi-se acentuando e só isso faz mossa nos adversários

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Foi o que acabou de vez com a boa resistência setubalense e resultou no golo aos 70 minutos. Aboubakar voltou a marcar e, depois, Layún repetiu o sabor que já tinha experimentado no jogo da Liga dos Campeões. A dinâmica e profundidade dos laterais tem sido uma imagem de marca no jogo da equipa e este ano não foge à regra: Maxi e Layún são os novos donos do posto e estão a revelar-se importantes na dinâmica ofensiva do Porto.

Por fim, em Arouca, o Sporting defendia a liderança. O onze tinha nove alterações relativamente ao jogo da Liga Europa, o que era já expectável. O jogo foi lento e com pouca qualidade, quase sem oportunidades, mas com o Sporting a dominar como lhe competia.



João Mário continua a ser elemento chave na equipa. Defende, ataca e trata a bola como poucos. Nesta fase Jesus aproveita a sua qualidade e inteligência para coloca-lo por fora, mas sempre com movimentos interiores. Quando precisou de mudar, João Mário passou para o meio, com o controle do processo ofensivo.

Era preciso arriscar e a felicidade chegou perto do final com Slimani a aproveitar dentro da área e a marcar. Não há uma bola perdida para o argelino que trabalha muito e procura sempre uma oportunidade. O objectivo foi atingido e este descanso chega com confiança e a liderança isolada.

Com seleção, a liga só volta daqui a três semanas. Pelo meio, o regresso faz se com a Taça de Portugal e com o terceiro Sporting-Benfica, a 21 de novembro. Veremos qual será a história deste.