França está quase aí e a questão de atualidade é: quem serão os 23 para o Europeu? Nesta terça-feira joga-se o último encontro de preparação da selecção portuguesa: o próximo jogo já terá as escolhas finais.

O sonho de estar no Europeu passa por todos os jogadores e, até ao anúncio, pelo menos para alguns, a espera é longa e a ansiedade muita.

André André, em entrevista à TVI na semana passada, referia a vontade e o sonho de estar presente no Europeu. É este o pensamento de todos os jogadores mas, no caso dele, a situação complicou-se.

Depois de cinco meses com bom rendimento, uma baixa de forma e a lesão agora. Qualidade para estar presente tem ele, mas serão vários os factores para a escolha num sector inflacionado em quantidade e qualidade. Uma boa ponta final é preciso e logo se verá – e este é apenas um dos exemplos.

Mas falemos das escolhas e dos problemas que Fernando Santos enfrenta. Esta dupla convocatória vai permitir a Fernando Santos dar espaço a jogadores menos utilizados, de forma a jogarem, serem observados em jogo e ser possível retirar algumas conclusões.

Não é definitivo, mas ajuda a perceber quem tem ao seu dispor. É o processo das escolhas, os jogos particulares servem para isso. Quer isto dizer que ainda não tem os 23 escolhidos? Sim, é normal que assim seja.

É certo que, na sua cabeça, a estrutura está pensada e grande parte da equipa escolhida - mas não está completa. Até ao dia da convocatória final, daqui a quase dois meses, muito se vai passar.

De uma forma simples: a escolha na defesa e no ataque vai acabar por ser fácil. Já as opções no meio campo vão dar dores de cabeça.

Mas vamos por sectores.

Na defesa as duvidas não serão muitas: na baliza, a definição do terceiro guarda-redes; nas laterais parecem encontradas as soluções e uma dúvida está na esquerda. Nos centrais, não havendo lesões de última hora, e a manter-se a pouca utilização de Paulo Oliveira e dos jovens dos sub 21, a escolha parece encontrada dentro do lote agora chamado (Pepe, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e José Fonte).

E no meio campo? Costuma-se dizer que é sempre um bom problema quando existe quantidade e qualidade. É o caso neste sector.

Há muitos jogadores com qualidade para estar em França, mas não vão todos, apesar do bom momento e do rendimento apresentado. É o excesso da oferta – e houvesse noutras posições a mesma situação.

Uma das dúvidas de Fernando Santos tem, seguramente, a ver com Tiago. Estará recuperado? Já começou a trabalhar com bola mas precisa de competir e jogar - estando em condições, acredito que fará parte das escolhas.

Nessa medida, será que vai haver espaço para Danilo e William?

Com Tiago, talvez apenas um deles esteja no grupo.

Moutinho também tem estado de fora mas vai voltar a tempo. E, a estarem presentes, estes dois serão os mais experientes. O resto são jovens com muita qualidade.

A situação esta nesta altura a condicionar as opções do seleccionador mas ainda há tempo para tomar a decisão - que não vai ser fácil.

No ataque acredito que não vá acontecer nada de novo. As opções para a frente deverão passar por alas, médios ofensivos e muita mobilidade. Não temos tido um avançado que chegue e entre a jogar de início. Daí a opção utilizada por Fernando Santos desde que pegou na selecção: sem avançado fixo, mobilidade e dinâmica e Ronaldo a ser a nossa referência. É assim e tem corrido bem:

em sete jogos oficiais outras tantas vitórias.

Em França o figurino não deve mudar. Surpreender-me-ia se assim fosse. Provavelmente haverá apenas espaço para um avançado fixo e, à partida, para o banco. As alternativas têm tido pouca utilização o que reforça esta ideia.

Éder parece ser o jogador que está na frente dessas opções e poderá ser o escolhido, mas vamos aguardar. Na cabeça de Fernando Santos a ideia está definida e só sofrerá alteração em caso de necessidade - nessa altura entra o avançado. Veremos o que se confirma.

Por último, nas convocatórias para as fases finais existe por vezes uma surpresa. Teremos disso com Fernando Santos? As dúvidas serão desfeitas bem perto da convocatória final. Passa a correr, o tempo…