Na passada segunda-feira consegui realizar um projeto que tinha em mente já há algum tempo. Tal só foi possivel pela disponibilidade de todos os oradores e o apoio das marcas - mais uma vez a sua importância a revelar-se, para a realização de um evento.

«Falar de Futebol» foi o nome dado a uma conferência que tinha como objetivo conversar, debater, trocar ideias e opiniões sobre os diversos temas propostos, sempre de uma forma positiva e com o intuito de aprender e melhorar. Já posso dizê-lo: o objetivo foi atingido na íntegra.

Sem barreiras, cada um dos convidados explanou as suas ideias, perante uma plateia jovem e atenta, que encheu o espaço BES Arte & Finança. «Como se trabalha na formação» foi o primeiro tema, moderado por Nuno Madureira, e foi bom assistir à troca de ideias entre João Tralhão, dos juniores do Benfica, José Lima dos juniores do Sporting, e o seleccionador nacional sub 18, Edgar Borges. No segundo tema relacionado com a formação, «As equipas B e o seu processo evolutivo», Abel Ferreira, da equipa B do Sporting, o seleccionador sub 21 Rui Jorge e o professor da FMH Pedro Mil Homens, diretor da Academia Sporting entre 2002 e 2011 deram qualidade ao debate.

O último tema da manhã, com Bruno Prata a moderar, pretendia perceber até onde o futebol português pode ser competitivo e contou com a presença de José Couceiro, Rui Vitória e Marco Silva que contribuiram e bem para a discussão. A seguir foi tempo de recuperar as forças e um bom almoço para atacarmos os temas da tarde.

Começámos com aqueles que investem e se associam ao futebol: as marcas são parte integrante desta indústria e era importante perceber de que forma se posicionam, como estão e como vão continuar, num território tão apetecivel para a sua promoção e visibilidade. A moderar esteve a Cláudia Lopes, e Paulo Padrão, do BES, Manuel Andrade, da Galp Energia, e Miguel Bento, do Benfica, deram a sua perspectiva sobre o presente e o futuro.

De volta ao jogo, Pedro Ribeiro e Cláudia Lopes tiveram uma conversa bem disposta e por vezes divertida com Luis Felipe Scolari. O «Felipão», como é conhecido, apresentou-se como sempre: capacidade de comunicar, convicções fortes, a responder a tudo de uma forma clara e a assumir total responsabilidade pelas suas accções. Vida de treinador é assim.

O ultimo painel teve a presença dos treinadores que vão liderar três selecções nacionais no Mundial do Brasil: Paulo Bento, Fernando Santos e Carlos Queiróz, os três lado a lado, moderados por Carlos Daniel. Julgo que uma situação destas não tinha acontecido, e deu-me um gosto especial juntar os três treinadores portugueses, que conversaram sobre as suas dificuldades, expetativas e ambições em cada uma das respetivas realidades.

Eles representam a qualidade e a capacidade do treinador português, que tão bem nos representa por esse mundo fora. Para um país com a nossa dimensão, três treinadores portugueses no Mundial tem de ser motivo de satisfação e reconhecimento por quem leva o nome de Portugal bem alto. O futebol em particular tem essa capacidade.

Por último, devo registar com muito agrado a disponibilidade manifestada desde o inicio, pelo Presidente da FPF, Dr Fernando Gomes, para encerrar a conferência. O dia foi longo mas aquilo que uniu todos os que estiveram presentes foi o gosto e a paixão por este desporto fantástico. E, apesar de particularmente não ter desfrutado a ocasião como devia, saio muito satisfeito por tudo o que se passou. O meu obrigado a todos os que participaram.

P.S.- acabei de assitir ao Borussia Dortmund-Real Madrid e, apesar da derrota por três golos de diferença em Madrid, os jogadores de Klopp quase anulavam a desvantagem e retiravam o sonho do Real em conquistar a décima. Grande jogo, com a equipa de Klopp a acreditar, a encostar o Real às cordas. E, não fosse pela falta de eficácia, teria havido festa em Dortmund.
Klopp é um grande treinador, e a sua equipa, apesar das alterações, mantém uma identidade fortíssima e muita qualidade.

Dá gosto ver este Dortmund jogar. E dei por mim a pensar que era bom podermos ter Jürgen Klopp a falar perante os portugueses. Quem sabe um dia?