Estamos na final do Europeu de sub-21. E pelo trajecto desta selecção que teve o seu inicio em Barcelos, contra a Noruega a 5 de Setembro de 2013, pode parecer que foi fácil. Não foi.


Os números expressivos, com 12 vitórias e 2 empates até agora, porventura até reforçam essa ideia mas nada foi dado. A atitude colectiva e o rendimento apresentado é que nos fizeram sonhar. Com mérito, com qualidade, com algum sofrimento - principalmente contra a Itália, no segundo jogo do Europeu - mas foi a força colectiva a fazer com que marcássemos presença nesta final.

Todos sabemos que existe qualidade e talento individual nesta selecção. Mas colocá-los ao serviço da equipa era fundamental. Foi isso que aconteceu e que vem acontecendo desde o início da campanha.

Enorme o trabalho de Rui Jorge, que soube encontrar a forma de colocar os jogadores a trabalharem em prol da equipa, retirando deles tudo o que têm. A verdade é que eles são uma verdadeira equipa e com isso têm conseguido este percurso.

Todos os jogadores têm saído valorizados deste Europeu. O colectivo é o mais importante e é isso que vemos em cada jogo, onde naturalmente vão aparecendo as individualidades. A meia final com a Alemanha foi extraordinária e fez correr muita notícia mas o foco já está na final.

E o que nos apresenta a Suécia? Já a conhecemos, mas o jogo agora será outro. Marcou tantos golos como nós (sete) mas sofreu mais (quatro contra um). Se está na final, como lembrou Rui Jorge, é porque tem uma equipa forte. E demonstrou-o, como nós também.

A selecção tem consciência das dificuldades, sabendo que o jogo vai ser exigente e competitivo. Tem sido este comportamento da equipa: sabendo da sua qualidade individual e colectiva respeita os adversários e sabe perfeitamente o que fazer em cada momento do jogo.

Não tenho dúvida de que, chegados até aqui, não há cansaço, não há qualquer limitação, por mais pequena que seja, que nos retire do pensamento, o objectivo de sermos campeões europeus. Estamos confiantes e motivados.

Escrevi, na semana passada, que importava manter a mesma concentração, a mesma ambição e o mesmo comportamento colectivo para atingirmos a presença nos Jogos Olímpicos em 2016, o primeiro objectivo. Conseguimos.

Estamos muito perto do objectivo maior e a receita não pode deixar de ser a mesma. Acredito que a nossa qualidade fará o resto. Vamos lá, miúdos!

A caminhada só termina esta terça-feira, em Praga, com a conquista do título de campeão europeu. Estive presente em Barcelos, no primeiro jogo, e outros da qualificação. Estive nos dois jogos do play off contra a Holanda, vi a boa vitoria contra a Inglaterra neste inicio de Europeu e lá estarei de novo, contra a Suécia, a torcer por vocês e a contar tudo aqui, no Maisfutebol.

Sei o que jogadores e equipa técnica (Rui Jorge, Romeu, Alexandre, Brassard) trabalharam para aqui estar e o que merecem esta conquista. Força Portugal!

P.S. - Tenho falado várias vezes neste espaço, e no Maisfutebol da TVI24, sobre a aposta nos jovens. Não há outro caminho para os clubes portugueses: o percurso dos sub-20 no Mundial e a campanha que os sub 21 estão a fazer mostram que existe qualidade. Espero que toda a atenção sobre estes jovens tenha impacto na aposta dos clubes no jogador português. E que possamos olhar para as nossas ligas com maior presença de jovens jogadores portugueses.