No pós-troféu do Dubai, conquistado pelo Benfica, há um nome que está na ordem do dia: Pedro Correia, o lateral-direito que faz parte do plantel desde o início da época, mas que só se estreou na equipa principal frente à Lazio. Pediu para marcar a grande penalidade que decidiu o jogo, na vez de Anderson. Depois de alguns sopros eis que o jovem pontapeou a bola rasteira para o lado direito. Ricardo Janota diz ao Maisfutebol que é sempre assim: «Sei como marca, pois é sempre assim. Ele decide sempre pontapear daquela forma, até nos treinos, e mesmo que saibam como faz, ele não falha.»
O guarda-redes que joga agora no Atlético foi colega de Pedro Correia durante os cinco anos que estiveram juntos no Benfica, desde o segundo ano de iniciados até ao segundo de juniores. Foi no final da época passada que deixaram de ser companheiros de clube. O lateral foi integrado no plantel de Fernando Santos. Janota não assinou contrato profissional e abandonou a Luz. «Foi a primeira oportunidade que teve para se mostrar e deu nas vistas pelo penalty, mas ele tem muita qualidade. Sei que vai ser o futuro lateral-direito do Benfica se o quiserem aproveitar. Merece, e precisa ter, oportunidades para se mostrar, pois é o melhor lateral-direito da idade dele», defende Ricardo.
Regressando ao torneio do Dubai, Ricardo Janota assume que devido ao treino do Atlético só viu «os últimos cinco minutos dos penalties», Ou seja, ligou a televisão mesmo a tempo de assistir ao momento de glória do amigo: «Sabia que ele ia marcar pois nunca o vi falhar. Conheço-o melhor do que todos os outros jogadores do Benfica que estavam ali e era o jogador no qual tinha mais confiança naquele momento. Esteve muito bem, como é normal.»
Amizade do Benfica para a vida
A amizade criada no Benfica foi reforçada nos estágios das selecções nacionais. Pedro Correia foi chamado um ano mais tarde à equipa das quinas e tornou-se colega de quarto de Ricardo Janota. «É um amigo excelente. Está sempre na brincadeira. Ficámos sempre juntos e passávamos o tempo livre dos estágios a jogar computador e playstation, agora PSP (risos). Durante os quatro anos que estivemos juntos na selecção e os cinco que passámos no Benfica não tenho nada a apontar», sublinha.
Ricardo Janota trabalhou durante boa parte da época passada com a equipa principal, mas não se estreou. Foi apenas suplente. Assume que ficou «chateado pois tinha condições para continuar no Benfica, mas não magoado». «Muito do que sou devo-o ao Benfica», diz.
Em Dezembro trocou a titularidade no Estrela de Vendas Novas pelo estatuto de terceiro guarda-redes do Atlético. «Agora tenho de trabalhar para conquistar o meu lugar. Está a ser uma boa experiência. O Atlético é uma espécie de Benfica em ponto pequeno. Depois da vitória no Dragão tivemos pessoas a seguirem de viagem atrás de nós, a estarem no restaurante connosco e no pavilhão fomos recebidos por mil e tal pessoas. É um clube humilde, mas com história. Estou a gostar», garante Janota que quer ganhar minutos no clube da Tapadinha e conquistar um lugar no lote dos eleitos para o Mundial de sub-20, no Canadá.