Pedro Emanuel, treinador da Académica, depois da vitória sobre o Sporting (1-0), no Estádio Nacional, na final da Taça de Portugal:

«Acima de tudo acho que foi uma grande vontade de concretizarmos um sonho que vínhamos a alimentar desde o início da época. Conseguimos atingir a final e, já que estávamos cá, fizemos tudo para a levar o troféu para Coimbra 43 anos depois. Grande mérito do grupo de trabalho. Fiz questão de estar aqui ladeado pelas pessoas que todos os dias sofrem comigo, porque eu sou muito chato. Tivemos uma cidade que teve por trás e 43 anos depois acordou para aquilo que é o presente e deixou para trás o passado».

[Conseguiu a manutenção, a Liga Europa e a Taça de Portugal. Algum segredo?]

«Acreditando no nosso trabalho diário. Os resultados estavam ser penalizadores, não estavam a a corresponder ao que tínhamos feito no início da época. Sentimos o chão fugir debaixo dos pés, mas o segredo esteve numa grande humildade, assumimos os nossos erros e os resultados vieram ao de cima. Obrigado a todo eles por terem acreditado nas nossas ideias».

[Sá Pinto diz que o Sporting não podia perder com a Académica. Houve demérito do Sporting?]

«Cada um faz a sua análise, cinjo-me aquilo que são os factos. Não sei em que contexto ele disse isso, mas da mesma forma que ficou para a história os dezasseis jogos que tivemos sem vencer, não se pode tirar mérito a uma grande exibição de uma equipa que tem o terceiro orçamento mais baixo da liga, contra uma equipa que tem a obrigação de ganhar títulos e que há quatro anos não o faz».

[Acha que é um resultado histórico. Vai haver um antes e um depois deste título?]

«Acima de tudo acredito que a Académica é um clube histórico e vivia na história, no passado. Hoje pode enveredar por outros caminhos, tem de deixar de viver o passado, encarar o presente e pensar no futuro. Se continuarem a olhar para o passado, se calhar vão passar mais 43 anos até nova proeza».

[Qual a sua ambição pessoal?]

«A minha ambição pessoal, pouco me interessa. Quero é reunir uma equipa técnica como esta que tenho ao meu lado e trabalhar para alcançar os objetivos a que me propus. Se quisesse estar cómodo, tinha ficado onde estava. Quis abraçar este projeto, com um naipe de jogadores que também tinha essa a ambição».

[Está preparado para a festa em Coimbra?]

«É o momento de celebração, espero que de facto a cidade esteja preparada para esta celebração, porque 43 anos depois, hoje é dia do tal feriado que eu falei num certo dia».

[Vai continuar na Académica?]

«Tenho contrato com a Académica. Muitas coisas vamos ter de alinhavar para a Académica ter o nível que desejo. O que é importante é que tenho um contrato e tenho orgulho em representar esta instituição».

[O que disse aos jogadores na palestra antes do jogo?]

«Dissemos muito pouco, praticamente não dissemos nada. Mostrámos muitas coisas que lhes toca no sentimento, na emoção. Acho que era um dia diferente para todos eles. Hoje não, porque estão nas nuvens, mas um dia nas suas carreiras vão valorizar o dia de hoje».