Tenho dificuldades em compreender o tom crítico da análise ao trabalho de Pedro Proença no Nacional-Benfica.

A expulsão de Cardozo é evidente.

A de Matic percebe-se mal, mas quem vê as imagens descobre que a sugestão foi do auxiliar, que tem uma visão do lance que nenhuma imagem televisiva mostra. Logo, resta-nos dar-lhe o benefício da dúvida.

A expulsão de Marçal também não merece discussão.

O que guardei do jogo foi mais uma daquelas exibições irregulares que por vezes as equipas de Jesus nos oferecem. Mau início de partida, jogadores mal colocados em campo a defender e sem força para desequilibrar o adversário.

Guardei também uma agressão de Cardozo e um gesto delicado em direção ao árbitro, que poderia ter custado caro se Pedro Proença o tivesse interpretado de forma mais rigorosa. Lembro que o avançado paraguaio não tem um passado isento de episódios semelhantes.

Tudo somado, parece-me evidente que não existe do lado dos benfiquistas distanciamento suficiente para analisar a atuação de Pedro Proença. O que obviamente é um problema deles e não deverá impedir Vítor Pereira de nomear o melhor árbitro português para os jogos que bem entender, sempre que quiser.

Por outro lado, não compreendo que Pedro Proença preste declarações sobre o tema. Quer dizer, acho que deveria poder fazê-lo, mas julgo que a regra é manter os árbitros em silêncio. Se essa regra ainda está em vigor, ela deve ser aplicada a todos por igual. E também não é aceitável que Pedro Proença refira, de forma sobranceira, que este é o nosso futebol. Se acha que o campeonato é demasiado pequeno para ele, talvez esteja errado.

P.S. : O Conselho de Disciplina da FPF decidiu manter o F.C. Porto na Taça da Liga. Compreendo a bondade do argumento que foi utilizado. É muito bom que ele tenha sido explicado, ainda para mais em vídeo e com a divulgação integral do acórdão. Por outro lado, fica claro, mais uma vez, que os regulamentos desportivos estão cheios de normas incongruentes, além de buracos. Também fica óbvio que tudo isto prejudica a competição, levanta dúvidas, afasta espectadores e patrocínios. É mau e podia ter sido evitado se a Liga indicasse antes de cada jogo quem pode competir. Simples.