Que pena!

Portugal merecia ter chegado às meias-finais, esteve muito perto de derrotar o Brasil nos 90, e depois nos 120, mas não teve sangue frio nos penáltis (mesmo depois do Brasil ter falhado primeiro) e está fora do Mundial de sub-20.
  
Foram tantas oportunidades para marcar (quase todas para Portugal) que até custou ver o marcador prolongar-se nos 120 minutos até aos penáltis no 0-0.

Portugal jogou muito mais que o Brasil. Arriscou, criou, esteve perto, mas falhou. Falhou muito.
 
Hélio Sousa optou, para este jogo com o Brasil, por um onze mais cauteloso e defensivo que o habitual, colocando Estrela na equipa titular e deixando Guzzo e Gonçalo Guedes no banco.
 
Sem o seu melhor jogador (Judivan, que saiu gravemente lesionado no encontro com o Uruguai), o Brasil apareceu com dificuldades e só conseguiu criar perigo a partir da meia hora – e sempre em bolas paradas.
 
O jogo esteve longe de ser bonito. Foi disputado a ritmo lento, as precauções foram bem maiores do que os riscos.
 
Mas a principal ideia a reter é a de que Portugal jogou quase sempre mais do que o Brasil: saiu com mais perigo, assinou melhores ocasiões de golo.
 
FILME DO JOGO
 
Portugal teve início muito forte.
 
No primeiro quarto de hora a seleção de Hélio Sousa esteve muito perto do golo em três ocasiões: e, curiosamente, as três em cabeceamentos perigosos na área contrária.
 
Primeiro foi João Nunes, após lançamento longo de Podstawski; depois foi Gelson Martins, após belo centro de Rony Lopes; e ainda André Silva, na melhor ocasião portuguesa na primeira parte, a cabecear pertíssimo do poste, após assistência de Gelson Martins.
 
Portugal fez o suficiente para chegar aos 15/20 minutos a vencer, até mesmo por mais do que um: mas a verdade é que não conseguiu marcar.
 
FILME DO JOGO
 
O Brasil foi aparecendo perto da meia-hora e começou a criar perigo nas bolas paradas (sobretudo pelos cantos).
 
Num desses lances, Danilo, médio do Sp. Braga, cabeceou para dentro da baliza portuguesa, mas o árbitro já tina interrompido há alguns segundos.

FILME DO JOGO
 
Continuou o 0-0, mas o Brasil mantinha-se no jogo. A superioridade portuguesa do primeiro quarto de hora já tinha sido anulada.  
 
Ritmo lento após o intervalo
 
Na primeira parte o ritmo já não era muito intenso. Mas depois do intervalo ele passou a ser ainda mais lento.
 
Calculistas, as duas seleções tinham a noção de que um golo sofrido poderia ser quase o adeus à prova.
 
Portugal outra vez por cima
 

E depois de uma fase de impasse, as alterações no jogo durante o segundo tempo beneficiaram Portugal. A entrada de Nuno Santos foi mexida inteligente por parte de Hélio Sousa. 

O último quarto de hora dos 90 regulamentares foi todo de Portugal. O golo este muito perto de acontecer, sobretudo num lance em que Rony atira ao poste, após bela desmarcação de André Silva.

A equipa de Hélio Sousa criou ocasiões suficientes para vencer nos 90 por dois ou três golos de diferença. Mas o golo não surgiu mesmo e o prolongamento tornou-se inevitável. 

Mais fresco (o Brasil esgotou as três alterações nos 90, Portugal gastou apenas uma), o conjunto luso manteve-se melhor na primeira parte do prolongamento e criou mais oportunidades flagrantes para ganhar fácil.

Num lance na área portuguesa, Rafa terá cometido penálti sobre Jorge, mas o árbitro deixou seguir. 

Nos penáltis, faltou sangue frio e o Brasil venceu por 3-1, sem precisar sequer da quinta chamada.

Portugal merecia as meias-finais: só não conseguiu concretizar nos 120 e não soube aproveitar a primeira falha do Brasil nos penáltis. A forma como Guzzo falhou o «estilo Panenka» terá provocado alguma desconcentração no resto doas tentativas portuguesas.

Grandes Penalidades: 

Brasil, 1-0, Andreas Pereira

Portugal, 1-1, Rony Lopes

Brasil 1-1 (Lucão falha)

Portugal 1-1 (Guzzo falha)

Brasil, 2-1, Danilo

Portugal 1-2 (André Silva falha)

Brasil, 3-1 Gabriel Jesus

Portugal 1-3 (Nuno Santos falha)