Aos 41 anos, Pepe voltou a mostrar em Londres, na terça-feira, o que ainda tem e pode dar ao FC Porto. Apesar da eliminação ante o Arsenal, nos oitavos de final da Liga dos Campeões, o internacional português foi um dos destaques do jogo e dos dragões, com uma noite de grande nível: sobretudo pela combatividade demonstrada, pelo sentido de missão na defesa e pela forma como, até ao fim do prolongamento, não foi vencido pelo possível cansaço.

Recorrendo factualmente aos números, compilados pelo Sofascore – parceiro do Maisfutebol – sobre os 120 minutos jogados por Pepe no Emirates, o defesa fez três alívios, teve seis duelos (dois deles ganhos), bloqueou um remate, teve uma interceção, um desarme e só se deixou bater num drible. Isto num jogo em que o raio de ação do central esteve, nomeadamente no setor mais recuado, descaído um pouco para a direita (também pela forma como o FC Porto abriu com os centrais na saída a jogar, com um dos médios a auxiliar na construção entre Pepe e Otávio, ou pelo posicionamento estabelecido pela linha defensiva sem bola).

Numa eliminatória em que se tornou o jogador mais velho de sempre a jogar os oitavos de final da Liga dos Campeões, Pepe fez o 28.º jogo da época em 2023/24, na qual já tem, por outro lado, dos melhores números de golos e assistências desde que voltou ao FC Porto em janeiro de 2019. Leva três golos (melhor registo desde então) e duas assistências (as mesmas de 2021/22). Não que sejam os dados fundamentais de um central, mas mostram também o contributo ofensivo que Pepe também tem dado.

Desde o regresso feito há pouco mais de cinco anos, quando já tinha 35, Pepe leva 195 jogos, com nove golos apontados e seis assistências.

«Pepe deu recital defensivo aos 41 anos»

A exibição do central foi de tal forma evidente, que também não passou despercebida na imprensa internacional que acompanhou mais uma noite de Liga dos Campeões.

Em Espanha, apesar de destacar como principal chamada o guarda-redes espanhol David Raya, o «herói de Arteta», o jornal As frisa que «Pepe deu um recital defensivo aos 41 anos».

No final de uma noite ao mais alto nível na Champions, Pepe explicou como é que continua a manter índices competitivos elevados aos 41 anos e foi também honesto. Muito honesto quanto ao futuro. «Se não conseguir fazer mais um ano, vou dizer aos responsáveis», atirou, em declarações à TNT Sports, o central que termina contrato no final desta época, deixando no ar questões sobre quando poderá afinal ser o fim de carreira.

Época a época: os números que mostram que não está em queda

Como já referimos, esta é já, no aspeto ofensivo, a época em que Pepe tem mais golos pelo FC Porto nos últimos cinco anos, uma das melhores em assistências, mas há mais dados globais que atestam que a idade não tem sido sinónimo de perda de espaço ou rendimento para Pepe.

Apesar de esta época estar ainda em curso, Pepe tem, nesta altura, de acordo com os dados estatísticos do Sofascore, a melhor classificação média nas suas exibições (nota 7.13 em dez) desde 2019 e também a melhor média de minutos por jogo! São 88.

Além disso, está na linha do número de jogos dos anteriores anos e pode mesmo ainda vir a atingir a impressionante marca de 40 jogos em 2023/24, o que significaria igualar o registo de 2020/21 pelos dragões. Nesta altura, Pepe tem 28 jogos e o FC Porto tem, no mínimo, mais 11 pela frente: as nove jornadas que lhe restam na Liga, mais os dois jogos das meias-finais da Taça de Portugal ante o Vitória. A estes, pode juntar-se a possível final da prova rainha, caso os azuis e brancos se apurem.

Será caso para dizer que Pepe está como o vinho do Porto?