Quem trabalha diariamente em prol do Clube Atlético Pêro Pinheiro jamais esquecerá o dia 15 de Outubro de 2011. A recepção ao F.C. Porto proporcionou ao clube do concelho de Sintra um mediatismo inédito e uma receita interessante, mas também uma imensa carga de trabalhos. E para que tudo corresse bem foi preciso recolher a essa especialidade portuguesa que é «desenrascar».

A CRÓNICA DO JOGO

O Campo Pardal Monteiro não está (naturalmente) capacitado para jogos desta dimensão, pelo que os preparativos tiveram de começar bem antes. Em redor do relvado sintético foi construído um muro, para limitar a zona do público, e atrás das balizas foram instaladas pequenas bancadas provisórias, de dois ou três degraus apenas. De um lado estreava-se mesmo uma claque da casa. Muitos adeptos acompanharam o jogo deste sábado ali bem perto da linha, como antigamente.

As portas abriram uma hora e quinze minutos antes do apito inicial, e na bancada principal houve logo «sprint», até de adeptos mais veteranos. Era preciso garantir o melhor lugar, que a oferta era reduzida. Na bancada principal misturavam-se adeptos da casa, adeptos portistas e ainda aqueles que estavam de coração dividido. Todos aplaudiram o momento em que Fernando Seara, presidente da Câmara Municipal de Sintra, entregou ao Pêro Pinheiro o troféu de campeão da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Lisboa, referente a 2010/11.

O espaço para a comunicação social era igualmente reduzido, e houve mesmo quem tivesse de acompanhar o encontro ao lado dos jovens da formação (este que assina este artigo, por exemplo). Outros ouviram de perto as instruções de Vítor Pereira, ali à flor da relva (sintética), privilégio habitualmente limitado às rádios.

Os condicionalismos incluíam até algumas barreiras de betão na linha final, mas nada manchou a festa (tirando o resultado, dirão os da casa). Todos estes problemas foram ultrapassados a «desenrascar», como já se disse, mas também com a boa vontade dos dirigentes e amigos do clube visitado, sempre disponíveis para resolver aquilo que fosse preciso.

Parte da magia da Taça de Portugal tem a ver com a forma como as equipas pequenas recebem a festa, e o Pêro Pinheiro foi um digno anfitrião. Que o diga Pinto da Costa, tão solicitado para fotografias e autógrafos, ao longo da tarde. Que o diga Vítor Pereira e o plantel, que para a viagem levaram alguns leitões de Negrais.