Breves minutos depois da confirmação oficial da contratação de Jesualdo Ferreira, feita através de um comunicado enviado à CMVM, o F.C. Porto acrescentava meia-dúzia de pormenores à informação lacónica anterior e explicava as razões que orientaram a aquisição do treinador. Como sempre, fê-lo pela voz de Pinto da Costa. O presidente começou por dar os pormenores. «Jesualdo Ferreira, tal como Carlos Azenha, assinou hoje contrato, por volta do meio-dia, aqui no estádio do Dragão», disse. «Começa a trabalhar na segunda-feira. Estará amanhã em Leiria para assistir ao jogo da Supertaça mas só será apresentado oficialmente na segunda-feira».
Para já, mas só para já, Jesualdo Ferreira fica até ao final da temporada. «A duração do contrato tem um ano», adiantou Pinto da Costa, «mas renovável por muitos». «Espero que Jesualdo Ferreira fique muitos anos», acrescentou. Mais do que esperar, aliás, o presidente garantiu confiar que o treinador vai ficar por muitos anos. «Jesualdo Ferreira reforça a ambição do F.C. Porto para esta época e aumenta a nossa esperança. Estamos muito contentes com a equipa técnica que temos. Estou convicto que vamos fazer uma grande época, se calhar com mais esperanças de termos uma melhor prestação no campo internacional.».
Pinto da Costa revela que Jesualdo Ferreira é um sonho com 22 anos...
Com a vinda do novo treinador, fica encerrado um namoro de 22 anos. Exactamente, 22 anos. Pelo menos foi o que garantiu Pinto da Costa. «A primeira vez que se pôs a possibilidade de Jesualdo Ferreira trabalhar no F.C. Porto foi em 1984/85, quando Artur Jorge veio para o clube», revelou. «Era sua vontade ser acompanhado nessa altura pelo professor, mas o facto de termos uma equipa técnica contratada já nessa altura inviabilizou a possibilidade de cumprirmos essa vontade do Artur Jorge». A hipótese falhou nessa altura, mas a admiração portista pelo professor manteve-se. «É um treinador com grande capacidade, profundamente conhecedor, de uma seriedade exemplar e que se entrega às causas. Pareceu-me que era o homem ideal e foi a minha opção desde o primeiro minuto. Finalmente concretizou-se a vinda para responsável técnico pelo F.C. Porto».
... e explica Rui Barros, João Pinto e Wil Coort
Um responsável técnico que herda três nomes para a sua equipa: Rui Barros e João Pinto, os adjuntos da casa, e Wil Coort, o treinador de guarda-redes que veio com Co Adriaanse e aceitou continuar. «O que fez Rui Barros é um prémio para o excelente trabalho de transição que efectuou neste período. O João Pinto, no que toca à mística do clube (foi o capitão de Viena e ainda é hoje o jogador com mais jogos realizados com a camisola do F.C. Porto), é o regresso de um símbolo na história do F.C. Porto. Por fim a manutenção de Wil Coort foi muito importante, porque era reconhecida toda a sua grande capacidade, tanto de trabalho como de conhecimentos. Foi um desejo de Jesualdo Ferreira poder mantê-lo porque sabia da sua grande capacidade. Felizmente temo-lo connosco».