Pinto da Costa, presidente do FC Porto, não poupou a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) pelo jogo particular desta quarta-feira, realizado no Gabão.
«Este jogo realizado no Gabão, numa altura em que os clubes portugueses estão envolvidos nas competições europeias, sobretudo na Champions, foi um absurdo. Lamento que perante esta situação não tivesse havido uma intervenção do Secretário do Desporto. É um escândalo», afirmou o dirigente ao Porto Canal.
O responsável assinalou que o cachet fica na totalidade nos cofres da FPF e que são os clubes e jogadores que sofrem com estes particulares em condições diferentes das que estão habituados: «Levaram os jogadores para onde lhes apeteceu sem pagarem nada, para um campo sem condições nenhumas e para um clima diferente, muito húmido. É lamentável.»
Pinto da Costa referiu diversas vezes que o Governo deveria ter intervido e impedido a viagem até Libreville. «Se a FPF anda só atrás do dinheiro, às custas dos jogadores, há uma tutela de desporto que devia ter intervindo. Os jogadores vão chegar a Lisboa às 5 horas da manhã e os nossos ainda vão ter de viajar para o Porto, para no dia a seguir irem para a Madeira. É uma falta de respeito. A Seleção é a melhor indústria do Mundo, porque cobra cachets não de 800 mil euros, mas bastante mais e por matéria-prima que não tem custos. A FPF anda atrás de dinheiro, mas tem milhões em depósitos a prazo. A FPF é rica, não se poupa a nada. Leva-nos jogadores numa altura crucial. Tudo isto é um absurdo.»
A ironia do presidente portista não poupou também o selecionador Paulo Bento. «Paulo Bento geriu bem os defesas-centrais. O Pepe e o Bruno Alves são jogadores fraquinhos e só jogaram uma parte cada um. Em relação à utilização dos nossos, do Moutinho e do Varela, é lamentável. Como podem viajar para a Madeira na sexta-feira e jogar no sábado?», questionou.