Momento: está lá dentro!
Minuto 82. Portugal repetia um movimento que já tinha experimentado vezes sem conta, a descer por um dos flancos, onde os suecos se mostravam mais permeáveis, e a cruzar para a área onde, até este instante, os de amarelo ganhavam todas as bolas. Desta vez não foi assim. Miguel Veloso cruzou da esquerda e Cristiano Ronaldo, num movimento pouco habitual, cabeceou junto ao relvado, fazendo a bola chegar finalmente às redes de Isaksson. A Luz podia, finalmente, gritar o ansiado golo.

Figura: Cristiano Ronaldo, quem mais?
Não foi propriamente uma noite inspirada do capitão de Portugal, mas por tudo o que se disse e escreveu antes do jogo, acaba por ser a figura da noite, até porque de Ibrahimovic pouco ou nada se viu. Aquele toque de calcanhar, logo a abrir o jogo, a soltar Coentrão, parecia ser um mote para uma grande noite. Não foi, mas esteve sempre muito mais em jogo do que o sueco e acabou por marcar o golo que, para já, coloca Portugal em vantagem. O golo fez-lhe bem e por pouco não voltou a festejar, num remate que foi devolvido pela trave.

Outros destaques:

Pepe
Grande exibição do central do Real Madrid, o verdadeiro patrão da defesa portuguesa, resolvendo os poucos problemas que os suecos lhe colocaram de forma simples, mas eficaz. Brilhante a forma como desarmou Elmander, já na segunda parte, e saiu a jogar. Também subiu muitas vezes à área contrária e, numa delas, cabeceou à figura de Isaksson. Esteve ainda perto do golo, numa embrulhada mesmo à boca da baliza. Também podia ser a figura da noite, se não tivesse havido golos.

João Pereira
Entrou muito bem no jogo com constantes subidas pelo flanco a disfarçar a pouca disponibilidade de Nani, que servia apenas de entreposto para as arrancadas do lateral do Valência, que chegava com facilidade à linha de fundo. Arrancou três ou quatro cruzamentos bem medidos, mas na área os suecos fizeram valer sempre a sua maior estatura. A defender, derramou a sua habitual raça, não cedendo espaços a Kacaniclic e ajudando ainda na marcação a Ibrahimovic sempre que aparecia na sua zona.


Miguel Veloso
Não marcou propriamente Ibrahimovic, mas tomou muito bem conta dos espaços que os sueco costuma explorar. Quando o avançado sueco ensaiava um movimento, já lá estava Veloso a fechar-lhe o caminho. Além disso, ajudou a fazer muitas compensações no eixo central, cobrindo bem o tempo que, por vezes, Bruno Alves precisava para se reposicionar. Depois conseguiu o que já quase todos tinham tentado, até Bruno Alves, mas sem sucesso: um cruzamento que, finalmente, encontrou um destinatário!

João Moutinho
Uma noite em crescendo. Podia até ter marcado no início de jogo quando apareceu destacado diante de Isaksson, mas depois sentiu dificuldades em encontrar espaços ao centro, onde os suecos concentraram boa parte das suas forças. A verdade é que se foi- libertando e aparecendo cada vez mais em jogo, com destaque para a segunda parte, onde já se exibiu ao seu melhor nível. Destaque para um passe de morte para Coentrão.

Rui Patrício
Entrou em campo ainda com uma nuvem negra dos golos que consentiu diante de Israel e, depois, diante do Benfica, mas na primeira vez que teve de se aplicar, estava lá, com um voo a anular o forte remate de Larsson. Já na segunda parte, boa antecipação a tirar a bola da cabeça de Ibrahimovic. Apenas uma pequena hesitação no último lance da partida a levantar um «bruá» das bancadas.

Kim Kallström
Mais do que Ibrahimovic, o médio do Spartak Moscovo foi a grande figura da Suécia esta noite. Mandou na zona central, daí as muitas dificuldades de Moutinho sentiu na primeira parte, obrigando Portugal a fazer fluir o seu jogo pelos flancos. Quando a Suécia tinha bola, subia no terreno e esteve muito perto de marcar, num livre que passou muito perto do poste. Saiu a doze minutos do fim, esgotado.

Ibrahimovic
Foi o Ibra do costume, mas ao contrário de Jorge Jesus, Paulo Bento estudou bem os movimentos do avançado que esta noite não chegou a brilhar como tem feito nos últimos jogos pelo Paris Saint-Germain. Os movimentos foram os habituais. Pouco ajuda a defender, deixa-se estar sobre a linha do meio-campo e quando a Suécia sobe esconde-se atrás da primeira linha de ataque à espera de um erro ou de um golpe de magia.Não aconteceu, não houve Ibra.