O secretário-geral do PS prometeu na terça-feira à noite, «sob palavra de honra», de devolver o valor das reformas cortadas aos pensionistas e acusou o primeiro-ministro de não estar à altura para governar o povo português.

António José Seguro falava no final de um comício do PS em Santa Maria de Lamas, município de Santa Maria da Feira, numa intervenção em que responsabilizou a maioria PSD/CDS e os «interesses feitos com o Governo» por tentarem criar «casos» na campanha para as eleições europeia, numa tentativa de se furtarem ao debate sobre as consequências da atual governação.

Num auditório em Santa Maria de Lamas, o líder socialista começou por questionar se os pensionistas e os reformados têm alguma razão para votar na coligação PSD/CDS, depois do executivo lhes ter cortado as pensões, deixando então uma promessa caso os socialistas vençam as próximas eleições legislativas.

«Fizemos as contas e quero mais uma vez garantir-vos sob palavra de honra que, uma vez chegados ao Governo, voltaremos a dar aquilo que é um direito dos pensionistas e dos reformados e devolveremos as reformas, acabaremos com a TSU (taxa social única) dos pensionistas», declarou.

Ainda sobre a ação do Governo nos últimos três anos, António José Seguro disse que se tentou dividir trabalhadores do setor privado contra os do setor público.

«E o que fez no setor público ? Despediu trabalhadores e funcionários públicos, cortou nos subsídios de férias, de natal e nos vencimentos», apontou, dizendo que Pedro Passos Coelho prometera o contrário antes de ser primeiro-ministro.

«Enganou os portugueses, traiu os portugueses. Fez uma coisa para ganhar as eleições e fez outra completamente diferente quando chegou ao poder», acusou o líder socialista, advogando, ainda, que o atual executivo do PSD/CDS também atacou os trabalhadores do privado ao aumentar impostos.

Já na parte final da sua intervenção, o líder dos socialistas referiu-se ao pedido de «demissão irrevogável» de Paulo Portas do cargo de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, «tendo como prenda dias depois a sua promoção ao cargo de vice-primeiro-ministro». «Está tudo dito sobre ele [Paulo Portas] e sobre Pedro Passos Coelho», declarou.

Sobre a atual campanha para o Parlamento Europeu, o secretário-geral do PS defendeu que a coligação PSD/CDS tenta criar casos.

«Nós não queremos uma campanha de casos, porque quem quer uma campanha de casos sãos os candidatos do Governo ou os interesses feitos com o Governo», disse.