O ministro da Educação admitiu hoje que a Universidade Lusófona venha a anular graus de licenciatura ou outros que tenha atribuído, se ficar comprovado que houve ilegalidades no processo de atribuição de creditações a alunos.

«É possível que em alguns casos se detetem» irregularidades, mas será a própria universidade a fazer esse trabalho, supervisionado pelo Ministério da Educação, afirmou Nuno Crato à agência Lusa.

Essas irregularidades implicarão a anulação dos graus académicos atribuídos a alunos.

O Ministério da Educação e Ciência divulgou hoje dois despachos onde sanciona com uma «advertência formal» pelo não cumprimento de recomendações feitas em 2009 acerca do reconhecimento de créditos a alunos da instituição.

As dúvidas sobre o processo de creditações na Universidade Lusófona surgiram quando foi conhecido que o ministro Miguel Relvas se licenciara na instituição, que lhe reconheceu 160 créditos no ano letivo 2006/2007.

«Detetaram-se algumas insuficiências no processo» das creditações e «decidimos fazer uma advertência formal», que é a sanção mais baixa que poderia ser atribuída, acrescentou Nuno Crato, à margem de um Colóquio realizado hoje pela Sociedade Portuguesa de Matemática no Instituto para a Investigação Interdisciplinar da Universidade de Lisboa.

O Ministério da Educação deu agora 60 dias à Universidade Lusófona para «rever todos os processos de creditação de competências», acrescentou o governante, manifestando «esperança e convicção» de que a instituição «corrija» eventuais irregularidades que tenha cometido.

«Queremos preservar a dignidade das instituições e o serviço que prestam» e que os «procedimentos menos claros e menos formais que foram seguidos sejam corrigidos», afirmou o ministro.