«Enquanto gastarmos acima do que os portugueses podem contribuir com os seus impostos [estas medidas] são necessárias», justificou Paulo Macedo, que falava no 23º congresso da Associação Latina para a Análise dos Sistemas de saúde, subordinado ao tema «O medicamento nos sistemas de saúde».
O governante espera que as medidas tenham um «efeito positivo no abrandamento do desemprego e na competitividade das empresas».
Se assim não fosse, adiantou, não haveria razão «para medidas tão duras».
Questionado sobre os potenciais efeitos destas medidas na saúde dos portugueses, Paulo Macedo disse que «a recessão também faz mal à saúde».
No final deste encontro, em que os ex-ministros da saúde Luís Felipe Pereira (PSD) e Ana Jorge (PS) lembraram as medidas que tomaram na área do medicamento, Paulo Macedo mostrou-se preocupado com o crescimento da despesa - que na área hospitalar teve uma redução de um por cento - mas revelou-se crente no acordo estabelecido com a indústria farmacêutica que deverá elevar esta percentagem para os 17 por cento.
Sobre as negociações com os sindicatos médicos, o ministro não adiantou pormenores mas reconheceu dificuldades, nomeadamente ao nível dos aumentos salariais.
Pedro Passos Coelho anunciou um aumento de 11 para 18 por cento da contribuição para a Segurança Social dos trabalhadores dos setores público e privado e a redução de 23,75 para 18 por cento da contribuição das empresas.
Com as novas medidas de austeridade os funcionários públicos continuam a perder o equivalente ao subsídio de Natal e de férias, cuja suspensão tinha sido considerada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional.
Um dos subsídios continuará suspenso e o outro será diluído pelos 12 meses de salário, mas na prática será absorvido pelo aumento de 7 por cento da taxa a pagar à Segurança Social.
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