As dificuldades económicas têm sido um dos principais problemas do futebol nos últimos tempos. Sucedem-se os casos de clubes com enormes buracos financeiros, passivos que não baixam e trabalhadores com salários em atraso. No Pontevedra, clube do terceiro escalão espanhol, os jogadores já contam quatro meses de salário em falta e, por isso, tomaram medidas no último jogo da Liga, frente ao Lugo, o líder.

Os jogadores da equipa treinada por Fernando Castro Santos (ex-Sp. Braga e Leixões) entraram em campo com camisolas que diziam «Soluções já!» e ajoelharam-se quando o jogo começou, durante cerca de 40 segundos. O rival compreendeu o protesto e limitou-se a trocar a bola, num gesto de «fair-play».

Igor, avançado que em Portugal jogou no Sp. Braga e V. Setúbal, entre outros, é o capitão do Pontevedra e contou ao Maisfutebol a razão do diferente protesto.

«Foi a forma que achámos ser melhor para chamar a atenção para o nosso problema. É uma situação muito complicada, que nunca tinha passado e espero que se resolva rapidamente. Há casos graves e não temos recebido ajudas de ninguém. As ajudas vêm de dentro do grupo. Quem está melhor empresta dinheiro a outros, ajuda a pagar o aluguer e outras questões», afirmou o brasileiro.

Problema alastra-se a Benidorm

A situação não é muito diferente da que atravessaram, não há muito tempo, jogadores de clubes portugueses e que se vão sucedendo por todo o mundo. «Nem todos os jogadores ganham milhões e quatro meses fazem muita diferença», vinca Igor, antes de lembrar que, para a próxima semana está convocada uma greve. «Se não tivermos melhorias, não há jogo», garante.

O brasileiro lembra que os jogadores se fartaram de «promessas» e querem acções, embora ressalve que não tem havido quezílias com a direcção. «O diálogo tem sido tranquilo, eles entendem os problemas dos jogadores. Mas claro, tínhamos aqui um director geral que nos foi pedindo esforços, marcando prazos, prometendo, prometendo...Estamos fartos de promessas não cumpridas e, para os jogadores, a situação chegou a um ponto limite», atirou.

O caso do Pontevedra não é único. Também na última jornada, o Benidorm protestou de forma semelhante, durante o jogo com o Alzira. Os jogadores não recebem desde Setembro e já nem têm fisioterapeuta e preparador físico. A greve é também uma medida pensada para a próxima ronda, marcada para 9 de Janeiro.

Veja o protesto dos jogadores do Pontevedra:



E o do Benidorm: