Carlos Azenha voltou a não dar-se bem com o Vitória de Setúbal. O novo treinador do Portimonense, que não deixou saudades na cidade do Sado, perdeu na estreia como treinador da equipa algarvia, e perdeu também a oportunidade de aproximação na tabela classificativa aos sadinos.

Neste seu primeiro jogo, Carlos Azenha não alterou o esquema mais utilizado por Litos, o 4x2x3x1, mas mudou protagonistas e funções. Pedro Silva avançou no terreno, passou de trinco a médio ofensivo, entrando para as duas posições mais recuadas do miolo Elias e Pedro Moreira. Na defesa, João Paulo substituiu Di Fábio no centro e Rúben Fernandes entrou para a lateral esquerda em detrimento de Nilson.

No Vitória de Setúbal, Manuel Fernandes delineou o onze em 4x4x2, em losango, com Silva a trinco, Ney e Hugo Leal como interiores, e Neca a dez. No ataque, Henrique esteve mais fixo que Pitbull, que caía nas alas, principalmente na esquerda, já que na direita, Ney também por lá aparecia.

Do céu o marcador coloriu-se sem que nada o fizesse prever, tão encaixadinhas estavam as duas equipas, bem distantes das balizas, correndo poucos riscos e à procura do erro alheio. E foi assim que aconteceram os golos. O primeiro para os sadinos, que aproveitaram uma asneira de João Paulo, infantil na área ao agarrar Valdomiro, na sequência de um canto da esquerda. Um lance inofensivo que foi penalizador para os algarvios, pois Pitbull agradeceu a benesse e concretizou a grande penalidade.

As ofertas continuaram e João Paulo voltou a ser rei mago, escorregando na sua área deixando a bola encontrar o pé direito de Neca, que deslumbrado por se ver sem saber em frente a Ventura, atirou ao lado. Um lance que poderia ter sido fatal para os algarvios, que viria mesmo a vantagem ser anulada sete minutos depois. E também com embrulho e lacinho. Miguelito deixou Lito escapar para de cabeça finalizar um cruzamento de Candeias, com Diego a deixar a bola passar por baixo das pernas. Dois minutos depois, o Portimonense assumiu a liderança do marcador, por Pires, que isolou-se após uma disputa de bola entre Candeias e Valdomiro, com o central a não conseguir anular o lance. Protestou falta, viu amarelo e pouco depois foi substituído, por Jaílson.

Com a troca, Manuel Fernandes tentou dar mais profundidade ofensiva à equipa, emparelhando Jaílson a Henrique no ataque, com Pitbull nas costas. Collin passou para central e Ney recuou para defesa-direito. Com o intervalo à porta, a mudança não teve resultados práticos, e até foi o Portimonense que esteve mais próximo de festejar, numa nova oferta de Miguelito, que cabeceou para trás presenteando Pires com oportunidade para finalizar. Diego salvou-lhe a pele.

O dia de Reis festejado ontem ainda continuava presente no espírito dos jogadores. Depois de João Paulo, Miguelito e Valdomiro, foi a vez de Ventura entrar em cena: cruzamento inofensivo de Ney, o guarda-redes emprestado pelo F.C. Porto meteu as mãos à bola¿para a introduzir na sua baliza, dando um monumental frango dois minutos depois do intervalo. Quatro minutos a seguir, nova ingenuidade algarvia, com protagonista repetido. João Paulo voltou a cometer nova grande penalidade, agora sobre Jaílson e Pitbull voltou a não perdoar. Tiros nos peés que ajudaram Manuel Fernandes, com ataque reforçado por Zeca (em vez de Silva).

Foi com muita vontade e pouco discernimento que o Portimonense reagiu. Azenha apostou em Aragoney e Ivanildo, mas o moral e a inferioridade numérica não ajudaram e foi o Vitória, com mais espaço, que esteve sempre por cima, ampliando com naturalidade a vantagem, por Henrique, a quinze minutos do final.

Nos descontos o Portimonense ainda amenizou a derrota, por Ricardo Pessoa, que converteu uma grande penalidade por falta de Ney sobre Lito. Ganhou quem menos erros cometeu.