Portugal vai regressar à Cidade do Cabo, para disputar os oitavos-de-final do Campeonato do Mundo. Resta agora saber qual será o adversário no Estádio Green Point. Com uma exibição muito competente, diante do Brasil, a equipa das quinas garantiu um empate a zero e carimbou a passagem aos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo, como segundo classificado do Grupo G.

Embora não tenha sido um jogo deslumbrante, Carlos Queiroz tem motivos para estar satisfeito. Sobretudo no que diz respeito ao processo defensivo. A equipa está cada vez mais coesa, e chega ao final da primeira fase sem qualquer golo sofrido.

Mudanças, mas nunca para assumir riscos

Depois de Carlos Queiroz ter dito que apenas admitia trocar jogadores por questões estratégicas, e nunca por poupança ou gestão dos cartões amarelos, poucos esperavam que o seleccionador nacional fizesse quatro alterações. Ainda para mais tratando-se de Ricardo Costa, Pepe, Duda e Danny. A realidade foi outra. Com o apuramento praticamente garantido, o técnico procurou conciliar a gestão do grupo com algumas preocupações estratégicas.

A titularidade de Duda, por exemplo, terá levado em conta a capacidade ofensiva de Maicon. A escolha de Ricardo Costa para lateral direito acautelava as habituais diagonais para a área que Robinho faz, a partir do lado esquerdo. Desta vez, contudo, o eleito de Dunga foi Nilmar. Se Carlos Queiroz trocou quatro habituais titulares, o seleccionador brasileiro fez três alterações no «onze», mas duas delas forçadas (o suspenso Kaká e o lesionado Elano).

Com dois técnicos pouco dados a risco, e ainda para mais com o apuramento praticamente garantido para ambos os lados, o primeiro tempo acabou por ser muito fechado. O Brasil com mais posse de bola, mas sem nunca se balancear muito na frente, e a equipa portuguesa a procurar a coesão defensiva, para depois explorar o contra-ataque. Ainda assim pertenceram ao «escrete» as duas principais ocasiões do primeiro tempo, e ambas no espaço entre Ricardo Carvalho e Ricardo Costa (com responsabilidade deste último). Primeiro com Nilmar a acertar no poste (32m), após desvio crucial de Eduardo, e depois um cabeceamento de Luis Fabiano ligeiramente ao lado (40m).

Embora fechado, o primeiro tempo foi interessante do ponto de vista táctico, e sem dúvida muito competitivo. As «quezílias» foram uma constante, com Pepe e Felipe Melo a assumirem o maior protagonismo. Talvez por isso o médio brasileiro tenha sido substituído ainda antes do descanso.

Meireles teve a liderança do grupo nos pés

Com Portugal a aproximar-se mais da baliza, no segundo tempo, Carlos Queiroz começou a recorrer às suas habituais primeiras escolhas. Primeiro foi Simão a render Duda, depois Pedro Mendes a ocupar o posto de Pepe. Entre uma troca e outra, Raúl Meireles esteve à beira do golo. O médio apareceu solto na área, após um corte «in extremis» de Lúcio, mas atirou ligeiramente ao lado, com Júlio César ainda a tocar na bola.

O rumo do jogo agradava à equipa das quinas, que parecia ter o jogo cada vez mais controlado. Na equipa brasileira, pouco habituada a escassas ocasiões de golo, notava-se mais impaciência. Ramires ainda saltou do banco para criar o último lance de perigo, mas Eduardo voltou a responder à altura.

Portugal fez um jogo muito competente e consumou, de forma digna, um objectivo que já estava praticamente conquistado.