Cantou-se o hino à mesma, no final, mas o Estádio da Luz, cheio, brindou a Seleção Nacional com um coro de assobios. A despedida pode ser vista como injusta, pois a partir de agora é que conta, mas a realidade é que a equipa das quinas ruma ao Euro2012 sem um triunfo que permitiria reequilibrar a confiança.

«Foi um problema de desempenho e não de empenho», disse Paulo Bento a propósito do nulo com a Macedónia. Oito dias depois, a frase volta a fazer algum sentido. O problema da Seleção não foi entrega. A exibição foi demasiado condicionada pela ansiedade, talvez motivada pelos resultados anteriores e pela proximidade da grande competição.

O bom início só escondeu a intranquilidade

Com um «onze» mais próximo daquele que deve estar pensado para o Euro, a Seleção entrou em campo com a postura certa. Colocou intensidade no jogo desde início, e procurou pressionar o adversário em zonas algo adiantadas. Hugo Almeida cabeceou por cima logo na primeira jogada, e um livre de Ronaldo deixou Volkan Demirel em dificuldades, ao minuto sete.

Mas o ímpeto inicial limitou-se a esconder a ansiedade, destapada à medida que o cronómetro avançava. À equipa das quinas ia faltando a tranquilidade com que a Turquia, mais despreocupada, encarou a partida. A equipa visitante criou a primeira ocasião aos 13 minutos, com Yilmaz a aparecer isolado mas a permitir a defesa de Rui Patrício.

Portugal caiu de produção, ainda que aos 30 minutos tenha atirado à barra, por Hugo Almeida. A Turquia respondeu na mesma moeda, com Altintop a acertar no poste de livre direto, ao estilo de Cristiano Ronaldo, colega no Real Madrid (33m). Logo a seguir a equipa visitante marcou mesmo, com Sararer a fugir pela esquerda e a cruzar para a conclusão de Bulut (35m).

O empate esteve muito próximo já em período de descontos, quando Moutinho isolou Ronaldo, mas o remate do capitão da quinas foi desviado pelo guarda-redes e passou a centímetros do poste. Antes já Hugo Almeida tinha desperdiçado uma soberana ocasião, ao tentar assistir Fábio Coentrão quando tinha apenas o guarda-redes pela frente (41m). O ponta de lança do Besiktas mostrou pouca sintonia com os colegas, e acabou por sair assobiado, na segunda parte.

Reação sem final feliz

Sem essa despedida, mas também pouco feliz esteve Miguel Veloso, que pareceu algo distante de Moutinho e Meireles, e também pouco entrosado com os centrais. Foi de um erro partilhado pelo médio defensivo e por Bruno Alves que nasceu o segundo golo da Turquia, apontado aos sete minutos da segunda parte. Bulut aumentou a vantagem turca e o desagrado nas bancadas, mas a Seleção reagiu.

Cinco minutos depois Nani reduziu a desvantagem, com um remate seco e cruzado. Aos 65 minutos apareceu a oportunidade de chegar ao empate, com um penalty conquistado por Miguel Lopes, mas Cristiano Ronaldo voltou a perder o duelo com Volkan Demirel.

Portugal remeteu o adversário à sua área, a partir daí, mas não conseguiu chegar à igualdade. Como se isto não bastasse, ainda sofreu um terceiro golo, a dois minutos do fim. Surreal, diga-se, já que Ricardo Costa, ao tentar evitar que a bola ultrapassasse a linha de golo, chutou contra Pepe.