A FIGURA: Palhinha
O pivô com tarefas mais defensivas do meio campo rubricou uma prestação de operário, fazendo o trabalho aborrecido de equilibrar a equipa e limpar a iniciativa ofensiva sueca. Teve, ainda assim, tempo para trocar o fato de macaco pelo traje de gala e dar nas vistas. O passe longo milimétrico para Nelson Semedo no lance do terceiro golo é apenas um exemplo daquilo que é capaz de fazer, por entre os inúmeros cortes e interceções que fez. O pilar sobre o qual o talento gira.

O MOMENTO: segundo de Portugal, Matheus Nunes (33’)
Longa posse de bola da seleção das Quinas, o esférico passou por quase todos os elementos da equipa, até Matheus Nunes aparecer entre linhas, nas costas do setor intermediário, com margem para progredir. Foi o que fez o médio, encaminhou-se pelo corredor central para disparar já dentro da área de forma seca, forte e colocada, para o fundo das redes. Desnivelou o marcador e potenciou a supremacia da equipa de Roberto Martinez ao apontar o segundo de Portugal.

OUTROS DESTAQUES

Nelson Semedo
Competente no lado direito, o lateral do Wolves esteve discreto e comprometido nas tarefas defensivas. Após cumprir na tração a trás, Nelson Semedo apareceu com vigor a atacar, ganhando as costas da defesa diversas vezes. Pela certa, fez duas assistências para golo em que apenas pediu para encostar.  

Isak Hien
Tarefa árdua a do central sueco do Atalanta. A jogar sobre a direita, teve muitas vezes de saltar a sua posição para fazer a dobra perante o romper de Rafael Leão. Teve de ser uma espécie de bombeiro dos escandinavos. Foi fazendo o que pôde, acabando por se expor ao erro, como aconteceu no quarto golo de Portugal.  

Rafael Leão
Bastou jogar a primeira parte para agitar o baralho. A partir do flanco esquerdo, o atacante do AC Milan provocou os primeiros rombos na defensiva escandinava, em lances individuais. Com um remate potente e colocado abriu o ativo aos 24 minutos no D. Afonso Henriques.

Alexander Isak
Gyokeres é a referência ofensiva da Suécia e era nele que estavam os olhos de todos, e o ponta de lança do Sporting até marcou, mas foi de Isak que saíram os principais lances ofensivos em direção à baliza de Rui Patrício. Móvel e rápido, o avançado do Newcastle obrigou a uma vigia apertada.   

Bruno Fernandes
Um golo e uma assistência na ficha de serviço do médio do Manchester United. Dois lances a culminar uma prestação em que foi o playmaker da seleção portuguesa. Muito do volume de jogo luso passou pelos pés do médio, que percorreu todo o terreno de jogo com liberdade para criar.