O presidente da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV) considera que o despique entre Sagres e Super Bock é saudável e revela a preparação dos principais agentes do sector para competir.

«As duas empresas mais fortes do mercado doméstico estão muito mais equilibradas do que há alguns anos. Esta concorrência forte é sintoma sempre de grande dinamismo», disse Alberto da Ponte em declarações à Agência Financeira.

As duas principais cervejeiras têm estado num despique constante, desde que a cerveja Sagres ultrapassou as vendas da Super Bock, nos últimos meses do ano passado. No entanto, a cerveja da Unicer é ainda a líder se se tiverem em conta as vendas anuais.

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A inversão na liderança prolongou-se nos primeiros dois meses de 2009: a bebida da Central de Cervejas apresentou neste período 45,6 por cento de quota de mercado em valor e superou, em cerca de 1,5 pontos percentuais, a principal concorrente, de acordo com dados da AC Nielsen.

As duas principais cervejas em Portugal representam, de acordo com a mesma fonte, 89,5% do mercado nacional.

Ainda segundo Alberto da Ponte, as cervejeiras têm-se mantido sólidas financeiramente apesar da crise financeira.

Além da situação de insolvência da Drinkin, o também presidente executivo da Central de Cervejas não prevê mais rupturas entre os restantes agentes do sector: «Um dos nossos sócios, a Drinkin, está a atravessar problemas complicados. O resto dos operadores goza de boa saúde financeira e continuarão a operar no mercado», sustentou à AF.

Alberto da Ponte sublinhou que a prova da solidez financeira dos principais agentes se encontra na aposta do investimento publicitário que, apesar da queda, continua a ter nas cervejeiras um aliado de relevo.

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Já sobre a internacionalização da cerveja nacional, o porta-voz da APCV sublinha que há boas hipóteses de exportar para os Estados Unidos, onde há uma comunidade portuguesa importante. «Costumo dizer que onde há uma comunidade portuguesa, há potencial para cerveja made in Portugal», conclui.