«Como está explicito no documento, é uma previsão de encargos financeiros com meios aéreos comportados no âmbito da prevenção e combate a incêndios florestais. Os custos exactos serão divulgados depois de terminar a época de fogos, este ano prolongada até 15 de Outubro», disse à Agência Lusa uma fonte do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC).

A previsão para este ano indicava que seriam utilizados 29 helicópteros ligeiros, quatro médios e dois pesados, que representariam um custo total de 16.159.674,87 euros.

Quanto aos aviões, estava previsto utilizar seis ligeiros, quatro médios e dois pesados, que custariam 5.153.390 euros.

Essa previsão já foi ultrapassada, porque foram empenhados este ano 49 aeronaves, em vez das 47 inicialmente previstas, e porque a época de fogos, que devia ter terminado a 30 de Setembro, foi prolongada mais 15 dias, face à situação de seca que atinge o país e que é potenciadora de incêndios florestais.

Em 2001 o SNBPC utilizou 16 helicópteros ligeiros, três médios e quatro pesados, que representaram um custo total de 6.437.533 euros.

No mesmo ano, foram empenhados no combate aos fogos dez aviões ligeiros e dois pesados, que custaram 3.591.186 euros.

Em 2002 foram utilizados 16 helicópteros ligeiros, três médios e quatro pesados, que custaram 7.999.814 euros.

No mesmo ano estiveram ao serviço do combate aos incêndios dez aviões ligeiros e dois pesados, que representaram um investimento de 3.635.996 euros.

Em 2003 - o pior ano em termos de incêndios florestais pelo menos nas duas últimas décadas - foram empenhados 19 helicópteros ligeiros e quatro pesados, que custaram 9.843.828,84 euros.

No mesmo ano foram utilizados dez aviões ligeiros e dois pesados, que custaram 4.381.848,56 euros.

Em 2004 o SNBPC recorreu a 18 helicópteros ligeiros e seis pesados, que levaram ao pagamento de 10.083.750,06 euros.

No mesmo ano foram utilizados dez aviões ligeiros e dois pesados, que custaram um total de 4.001.598,11 euros.

A área verde destruída pelos incêndios, desde Janeiro de 2005 e até 25 de Setembro, atinge 286.383 hectares, segundo a Direcção- Geral dos Recursos Florestais (DGRF).

O último balanço da DGRF, com dados ainda provisórios, indica que até 25 de Setembro foram registados 7.214 incêndios florestais e 25.339 fogachos, o que totaliza 32.553 ocorrências.

A época oficial de fogos florestais decorria tradicionalmente entre 01 de Junho e 30 de Setembro, mas este ano foi antecipada 15 dias, tendo começado a 15 de Maio, e prolongada até 15 de Outubro, face à situação de seca prolongada que atinge o país.

No entanto, Portugal vai deixar de ter uma época oficial de incêndios florestais, passando a estar o ano inteiro em alerta, por decisão do Ministério da Administração Interna.

Em 2004 arderam em Portugal cerca de 129.529 hectares de floresta e em 2003, o pior ano das últimas duas décadas, a área destruída pelo fogo rondou os 425.000 hectares.